Estudo encomendado pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas mostra que evento vai gerar muitos negócios para a construção civil, mas também será seletivo
Por: Altair Santos
Recente pesquisa encomendada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) à FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que a construção civil é a mola-mestra dos negócios que já estão sendo gerados em torno da Copa do Mundo de 2014. Para o setor, o evento deve ser visto como mobilizador e acelerador de processos e oportunidades.
Dival Schmidt Filho:
“A construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo.”
É o que revela Dival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014. Ao mesmo tempo, o gestor revela que as empresas precisam estar organizadas para se candidatar às possibilidades de negócios que despontam no país.
As que não estiverem adequadas, avalia o estudo do Sebrae, não terão como competir. Confira na entrevista a seguir como se dará esse processo seletivo:
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” apontou que a Copa do Mundo criará 128 grandes oportunidades para as pequenas empresas da construção civil.
Que oportunidades são essas?São oportunidades vinculadas às várias funções do setor, mas as principais dizem respeito às atividades como canteiros de obras, parte administrativa, fornecimento de alimentação, manutenção e proteção patrimonial.
Tem também as áreas de fiscalização e gerenciamento, ligadas a certificação de qualidade, controle tecnológico de resistência de concreto, auditorias, serviços médicos e de saúde, equipes de proteção, equipamentos tipos EPI’s, meio ambiente, proteção e segurança no trabalho, além das obras civis propriamente ditas, que dizem respeito ao parque de instalações, paisagismo, pavimentação, sinalização e terraplanagem. Incluem-se ainda a parte de projetos, como elaboração e serviços especializados, além da função relacionada a materiais e insumos, que está mais vinculada ao fornecimento à parte comercial da construção civil.
A construção civil é o setor que mais irá se beneficiar do evento?
O estudo mostra com qual fatia ela ficará do total de recursos a serem investidos na Copa?Obviamente é um dos setores que mais se beneficiará, até por que os investimentos estão fortemente vinculados à parte relativa a infraestrutura, mobilidade urbana e arenas desportivas. Então, o conjunto destes investimentos iniciais atinge ao redor de 20 bilhões de reais.
Agora, na própria construção civil o setor de serviços é fortemente beneficiado, assim como o setor de tecnologia da informação.
Mas a construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo, e a partir dela forma-se um encadeamento produtivo, beneficiando outros setores.
Qual a lição de casa que uma pequena empresa da construção civil precisa fazer para estar entre as que irão se beneficiar do evento?Para que estas empresas estejam realmente aptas para participar deste processo de oportunidades elas precisam ter requisitos que as credenciem. Trata-se de um conjunto de processos, tanto na área de gestão como na parte de formalização e de documentação em geral.
Como o foco do evento é fazer uma Copa Verde, empresas que tenham programas voltados à sustentabilidade e com certificações levam vantagem. É fundamental para as empresas que elas comecem o dever de casa identificando e avaliando se têm ou não requisitos para entrar neste jogo.
O estudo do Sebrae preceitua isso, junto com a Fundação Getúlio Vargas, como condição sine qua non para entrada neste processo de oportunidades.
Quem ainda não está estabelecido como empreendedor da construção civil e quer entrar no mercado agora, para aproveitar oportunidades de negócios gerados pela Copa, tem alguma chance de prosperar?O Sebrae tem programas para novos empreendedores, novos entrantes que vislumbrem neste evento mobilizador a oportunidade de desenvolver negócios.
Agora, é importantíssimo ressaltar que a Copa do Mundo é um evento mobilizador, acelerador de processo, é um evento de oportunidades, mas não é a solução para a expansão de negócios.
É preciso que, quando se pense em estabelecer novos negócios para aproveitar oportunidades, se vislumbre também a perspectiva da estratégia do médio e longo prazo para que não haja nenhum processo de frustração.
A Copa tem data de vencimento, que é 2014. Pode haver uma expansão até 2016, por conta das Olimpíadas, mas volto a ressaltar: o evento é mobilizador e acelerador de processos.Das 12 subsedes da Copa, quais devem gerar mais negócios?Existe um cronograma de investimentos públicos que beneficiam a todas elas.
Os valores vão variar, logicamente, em função dos planejamentos e dos programas que estão definidos. Algumas delas, que já têm boas estruturas, vão aperfeiçoar estas estruturas; outras vão criar estas estruturas, principalmente na área de mobilidade urbana e na área de infraestrutura.
Todas vão ter benefícios de fluxo de investimento para garantir uma participação efetiva de oportunidade.
Por regiões do país, em específico o Sul, há dados sobre o impacto do evento na construção civil do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul?
Especificamente, no Rio Grande do Sul e no Paraná, que serão subsedes, há uma situação peculiar, pois os dois estados terão arenas privadas.
Além disso, são cidades que já têm uma organização urbana bastante razoável e cujo investimento maior será na mobilidade. Tem também a parte ligada à infraestrutura aéreo-portuária, mas o volume de investimentos estão extremamente direcionados em três grandes vetores: infraestrutura; mobilidade urbana e serviços em geral. Esta última parte alcança o turismo, que num determinado período, principalmente durante o evento, vai ter um efeito muito significativo.
O Sebrae prepara seminários para que essas empresas possam saber aproveitar as oportunidades geradas pela Copa? Que seminários são esses?
Começamos no ano passado um processo de divulgação em algumas cidades.
A partir deste mês de maio, vamos começar um programa de doze eventos que vão exatamente colocar em prática o programa e os seus principais efeitos, que visam a busca da convergência dos interesses dos ofertantes e das demandas decorrentes destas oportunidades.
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” revela o quanto de emprego será criado e quais as especialidades que serão mais procuradas pelo setor da construção civil?O que nós temos hoje, em termos de estudo que quantifica emprego, está na ordem de uns três milhões e meio, mais ou menos. Este é um estudo econométrico feito pela Ernest&Young e pela Fundação Getúlio Vargas. Então, eles sinalizam esse volume de empregos, mas na sua grande maioria temporários.
O esforço dos agentes de desenvolvimento do país é fazer com que a maioria destes empregos temporários se torne permanentes.
Dos 9 setores da economia mapeados pelo Sebrae, quais serão os mais beneficiados, além da construção civil?
O turismo vai ser extremamente ativo, assim como a tecnologia de informação, o agronegócio, principalmente no campo de produtos orgânicos, e áreas como madeira e móveis, vestuário, moda, têxtil e confecção. São setores que poderão tirar bom proveito do evento mobilizador que é a Copa do Mundo.
EntrevistadoDival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014CurrículoGraduado em economia, já atuou na Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e hoje ocupa a coordenação do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014Contato: dival.schmidt@sebrae.com.br
Crédito: Bernardo Rebello/Agência Sebrae
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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* O que empresas líderes e inovadoras têm em comum?
Inovação e liderança são conceitos que, intuitivamente, relacionamos facilmente a certas empresas.
Companhias líderes e inovadoras normalmente apresentam um share of mind elevado e criam no cliente a percepção de que a inovação é algo realmente intrínseco ao seu negócio.
Mas que fatores tornam uma empresa líder e associada à inovação? Bem, é preciso inicialmente deixar claro que cada mercado tem sua peculiaridade, porém, é sim possível identificar traços comuns a empresas líderes e inovadoras.
Uma companhia é considerada líder se ocupa a primeira ou segunda posição em seu mercado de atuação. Para ocupar essas colocações, ela precisa, quase que obrigatoriamente, buscar inovação constante.
E, não nos enganemos: para ser forte e bem sucedida, a companhia precisa estar no topo do ranking.
Obviamente, existem empresas que se contentam em ser meras partícipes num determinado mercado, ou então a copiar a inovação trazida por outras, no entanto o que se pretende discutir neste artigo é a liderança.
Grandes empresas são cada vez mais estimuladas a buscar a liderança por um motivo bastante prático: concorrência crescente.
Devido a fatores como a globalização, a disponibilidade de capital de risco - propiciando novos investimentos, fusões e aquisições - e ao acesso mais facilitado à tecnologia, a competição ganha dimensões assustadoras, travando verdadeiras batalhas para que as corporações mantenham ou atinjam posição de liderança. E é aí que a inovação ganha um papel preponderante.
A inovação só terá êxito na busca pela liderança se estiver associada ao poder de escala da empresa e à oferta de custo acessível para o consumidor. Há alguns anos, uma determinada marca de tênis lançou no mercado um modelo que vinha com um chip acoplado e funções de computador.
O objetivo era calcular e ajustar o amortecimento do tênis de acordo com o impacto no solo. Tratou-se, sem dúvida nenhuma, de uma grande inovação, porém o altíssimo custo do produto impediu que ele se tornasse um sucesso de vendas.Outro ponto que empresas líderes e inovadoras têm em comum é a capacidade de definir com clareza o negócio em que estão, conhecendo de que forma a tecnologia poderá obsoletar esse negócio e como se prevenir a isso. Antes do boom das câmeras digitais, havia uma marca que tinha a total liderança na revelação de filmes.
Com a explosão das fotos digitais, essa empresa foi obrigada a perceber que o foco de seu negócio não deveria ser o papel, e sim a imagem, voltando então sua atuação para câmeras digitais e impressão de fotos digitais.Diversificação é também uma questão em que vale a discussão acerca da liderança.
É comum algumas pessoas dizerem que quanto mais uma empresa diversificar seu negócio, mais chances terá de se sair bem. Porém, ao diversificar demais, a companhia perde o foco e, consequentemente, as oportunidades de ser líder. A dica é: escolha uma ou duas coisas para fazer e faça bem feito.
Empresas líderes e inovadoras têm foco de atuação.
Por fim, há uma questão fundamental sem a qual nenhuma empresa consegue ser líder e inovadora: motivação dos funcionários. Sem o engajamento de toda a equipe não haverá sustentação por muito tempo. Empresas que hoje ocupam posição de liderança e inovação estão longe de estar em uma zona de conforto. Manter esse posto só é possível se todo o time vestir a camisa e estiver disposto a jogar junto.
Companhias líderes e inovadoras normalmente apresentam um share of mind elevado e criam no cliente a percepção de que a inovação é algo realmente intrínseco ao seu negócio.
Mas que fatores tornam uma empresa líder e associada à inovação? Bem, é preciso inicialmente deixar claro que cada mercado tem sua peculiaridade, porém, é sim possível identificar traços comuns a empresas líderes e inovadoras.
Uma companhia é considerada líder se ocupa a primeira ou segunda posição em seu mercado de atuação. Para ocupar essas colocações, ela precisa, quase que obrigatoriamente, buscar inovação constante.
E, não nos enganemos: para ser forte e bem sucedida, a companhia precisa estar no topo do ranking.
Obviamente, existem empresas que se contentam em ser meras partícipes num determinado mercado, ou então a copiar a inovação trazida por outras, no entanto o que se pretende discutir neste artigo é a liderança.
Grandes empresas são cada vez mais estimuladas a buscar a liderança por um motivo bastante prático: concorrência crescente.
Devido a fatores como a globalização, a disponibilidade de capital de risco - propiciando novos investimentos, fusões e aquisições - e ao acesso mais facilitado à tecnologia, a competição ganha dimensões assustadoras, travando verdadeiras batalhas para que as corporações mantenham ou atinjam posição de liderança. E é aí que a inovação ganha um papel preponderante.
A inovação só terá êxito na busca pela liderança se estiver associada ao poder de escala da empresa e à oferta de custo acessível para o consumidor. Há alguns anos, uma determinada marca de tênis lançou no mercado um modelo que vinha com um chip acoplado e funções de computador.
O objetivo era calcular e ajustar o amortecimento do tênis de acordo com o impacto no solo. Tratou-se, sem dúvida nenhuma, de uma grande inovação, porém o altíssimo custo do produto impediu que ele se tornasse um sucesso de vendas.Outro ponto que empresas líderes e inovadoras têm em comum é a capacidade de definir com clareza o negócio em que estão, conhecendo de que forma a tecnologia poderá obsoletar esse negócio e como se prevenir a isso. Antes do boom das câmeras digitais, havia uma marca que tinha a total liderança na revelação de filmes.
Com a explosão das fotos digitais, essa empresa foi obrigada a perceber que o foco de seu negócio não deveria ser o papel, e sim a imagem, voltando então sua atuação para câmeras digitais e impressão de fotos digitais.Diversificação é também uma questão em que vale a discussão acerca da liderança.
É comum algumas pessoas dizerem que quanto mais uma empresa diversificar seu negócio, mais chances terá de se sair bem. Porém, ao diversificar demais, a companhia perde o foco e, consequentemente, as oportunidades de ser líder. A dica é: escolha uma ou duas coisas para fazer e faça bem feito.
Empresas líderes e inovadoras têm foco de atuação.
Por fim, há uma questão fundamental sem a qual nenhuma empresa consegue ser líder e inovadora: motivação dos funcionários. Sem o engajamento de toda a equipe não haverá sustentação por muito tempo. Empresas que hoje ocupam posição de liderança e inovação estão longe de estar em uma zona de conforto. Manter esse posto só é possível se todo o time vestir a camisa e estiver disposto a jogar junto.
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