A Implantação do Design no Planejamento Estratégico.

Por: Ornaldo José



As empresas que favorecem a atuação do design gráfico geralmente são aquelas que se adiantam em relação às mudanças ou pressões do ambiente de mercado em suas atuações, optando estrategicamente por alocar recursos prevenindo-se de futuras situações indesejáveis, buscando atingir as suas metas.
Neste cenário um dos grandes problemas enfrentados no Brasil para se implantar o design gráfico como ferramenta no planejamento estratégico de uma empresa é a falta de uma política de design nacional eficiente. Por este motivo muitas organizações e sociedades industriais formaram-se sem o uso pelo menos consciente dos conceitos de design, de uma forma sistemática. Por este motivo ficando difícil, nestes casos, de entender como o design, de um modo geral, deve desempenhar um papel importante nessa sociedade, já que a educação e a cultura que se formaram não estimulam a aplicação do design em larga escala. Sendo assim, uma das maneiras para reverter essa situação seria a implantação de uma política de design, necessária para que as empresas possam competir no mercado global. Sociedades como os EUA, Japão e Alemanha foram pioneiras no uso do design.

Desde, então, o design utilizado de maneira estratégica tornou-se fundamental nas suas gestões estratégicas empresariais, pois é uma das principais maneiras de se obter o tão almejado diferencial competitivo que por conseqüência traz uma maior participação de mercado.
Alem disso, outro fator que dificulta a implantação do design gráfico no planejamento estratégico é a inexistência de uma cultura de design desenvolvida na sociedade brasileira. Isso faz com que a sociedade em geral não se dê conta da importância dessa ferramenta, por puro desconhecimento e falta de informação, desmerecendo o designer e a própria atividade, por considerá-la supérflua e de fácil execução.
Experiências comprovam que os gestores empresariais possuem um posicionamento ainda cético com relação à real necessidade do design gráfico, embora muito da cultura da sua necessidade já tenha sido estabelecida.
BONSIEPE (1997) crê que, em países como o Brasil, o design não é uma preocupação latente no planejamento estratégico das empresas. Neste contexto, ele precisou ser promovido, através de organismos e instituições preocupadas em valorizar o papel da atividade no desenvolvimento industrial, buscando superar um estilo tradicional de gestão fortemente arraigado nas empresas nacionais.
Portanto, para que o design gráfico incorpore a realidade de uma empresa, torna-se necessário inicialmente, abrir a mente da corporação para novos conceitos. Dessa forma é preciso deixar de lado antigos hábitos para partir para a inovação (ingrediente essencial da competitividade). Assim sendo de nada adianta desenvolver um excelente programa de design gráfico visando tornar a imagem corporativa forte, se os próprios funcionários não são treinados para lidar com isso. Nesse sentido uma maneira de incorporar a importância do design gráfico no dia a dia da empresa é promover o uso de uniformes, o desenvolvimento da papelaria da empresa bem como o seu uso adequado, mantendo uma unidade visual com a marca e o projeto de sinalização interna, além dos demais elementos da identidade corporativa.

Para que uma empresa tenha o design gráfico incorporado em sua estratégia competitiva, este deve ter sido definido em seu planejamento estratégico. Para isso, devem-se observar três questões fundamentais: definir claramente qual o negócio e os objetivos da organização, traçar metas quantificadas de crescimento e lucro e tornar clara sua identidade corporativa e seu posicionamento no mercado.
Após atenuar para essas questões, deve-se definir um planejamento estratégico, o qual deverá definir as metas a ser atingidas, verificar se o projeto apresentado está de acordo com as exigências e expectativas do mercado e quais são os recursos financeiros, tecnológicos, humanos (dentre outros) disponíveis. Finalmente, é importante introduzir os conceitos de design gráfico passo a passo dentro da filosofia e cultura de trabalho da organização e desenvolver o processo de trabalho do design gráfico como um diálogo entre diversas áreas de conhecimento que devem agir integradas (engenharia, produção, vendas, marketing).
Observa-se que após a implantação do design gráfico no planejamento estratégico de uma empresa, é necessário fazer a sua gestão, buscando a satisfação dos clientes para tornar a empresa mais competitiva, já que se constatou que o desempenho de uma empresa tem relação direta com o modo como os seus processos são gerenciados.
Por se tratar de uma atividade interdisciplinar, o design obterá mais facilmente êxito em empresas onde a integração organizacional prevaleça.

Dessa forma, ambientes heterogêneos e mutáveis exigem de uma empresa um sistema organizacional flexível para reagir com habilidade a eles. Neste contexto administrativo, o design possui maiores possibilidades de desenvolver suas potencialidades junto a outras áreas, como os setores de produção, da engenharia e do marketing. Do contrário, em corporações cuja estrutura é burocrática, o design encontrará grandes dificuldades de implantação. MAGALHÃES (1997) afirma: “para que o design tenha as condições necessárias para se desenvolver dentro da empresa, o ambiente deve permitir uma integração organizacional”.
É fato que as grandes corporações possuem departamento interno de design, o qual é interligado a outros setores. Outra opção que as corporações têm é a terceirização do setor de design, deixando a cargo de empresas especializadas o gerenciamento de sua identidade e imagem corporativas. Por fim, é importante ressaltar a relação custo-benefício satisfatória que o design gera para as empresas.
É fato que as empresas que incorporaram o design gráfico em seu processo de trabalho tornaram-se líderes de mercado e referência no segmento em que atuam.

Autor: Ornaldo José Lisboa Leite 

O Design e o Sucesso

É o design fator primordial de sucesso?

Um dos principais argumentos contra a disseminação e valorização do design no amplo universo empresarial, reside no fato que o mercado está cheio de exemplos de grandes e conceituadas empresas que se fazem utilizar de design de fraca qualidade.
Este, é assim, o argumento de peso contra o design, pois se a empresa é grande, conceituada e utiliza design de qualidade duvidosa, então o design não é um fator primordial de sucesso.?!

O design não é um fator primordial, assim como o trabalho árduo não o é, da mesma forma que a competência também não o é, pois vejamos; existe tanta gente que não trabalha duro e tem sucesso, existe tanta gente incompetente que o tem. Na verdade, o design, só é fator primordial de sucesso para a empresa que presta serviços de Design, para todas as outras, é apenas mais um fator preponderante, da mesma forma que um bom panejamento fiscal, ou uma boa gestão financeira o é, ou da mesma forma que uma equipe de vendas bem estruturada e dirigida é. Temos assim, que o design não é um fator primordial mas sim um fator preponderante.
Resta agora ponderar sobre o peso e impacto que cada um dos fatores preponderantes de sucesso que tocam o exercício de uma atividade, devem ser alvo de atenção e investimento, e aqui entra a estratégia e o posicionamento que cada empresa adota e quer implementar em função do mercado e concorrência.
Assim, estaremos a falar de marketing, ao determinar o posicionamento e as vantagens competitivas da empresa, e se no decorrer deste processo se sentir que existe necessidade de comunicar com o mercado alvo, melhor a apresentação do produto, criar informação sobre o produto, mudar a "cara" da empresa, então estamos com toda a certeza a falar de design, enquanto instrumento de comunicação, e se o objetivo é comunicar então isso terá de acontecer de forma eficaz, ou seja; com bom design.

Traçando um paralelo entre a atitude empresarial que premeia a contratação de serviços de design de qualidade duvidosa e as atitudes de gestão comercial por parte dos mesmos empresários, não será difícil encontrarmos o seguinte cenário; a empresa tem um grande contrato que está sendo negociado, quem é que geralmente esta envolvido nesse processo; obviamente os principais diretores ou até o presidente da empresa, ou seja, a empresa está deslocando esforços efetivos mediante a definição clara e objetiva de uma possibilidade de negócio!!!! Nada de mais? tudo de mais!!!!
Especialmente quando isto define uma forma de estar e padrão gerencial de só tratar com a devida importancia as oprtunidades que de facto dessa forma se apresentam, clara e inequivocamente, agindo relativamente a todo o resto com a displiscencia quotidiana, que permeia por exemplo a contratação de um qualquer vendedor, pelo menor custo, para visitar potenciais clientes, da mesma forma que se contrata um qualquer design para se comunicar com potenciais clientes, mais uma vez a empresa só se aplica quando vislumbra uma possibilidade de negócio efetiva, tomando como modelo de atuação uma inconsequente inversão de papeis, no que toca ao comportamento de clientes e vendedores em mercados.
Isto talves possa ser explicado pela falta de crença no negócio, partindo do pressuposto que o problema está no mercado, na economia, enfim, o problema está sempre fora da empresa, quando o problema está justamente na empresa, pois em se tratando de uma atividade econômica enquadrada num setor de atividade mais ou menos bem definido, para uns estarem faturando menos existirão outros faturando mais, sendo assim o problema não será conjuntural e externo, mas estrutural e interno.

Mesmo quando se tratam de setores de atividade, em que a oferta claramente suplanta a demanda, encontramos empresas que mantêm índices de crescimento sustentado, ou seja empresas que vivênciam o mesmo mercado e se mantêm em crescimento, justamente porque a procura se movimenta para a melhor oferta global, e hoje cada vez mais se procura valor agregado, valor global de negócio, que extravasa a "unidade" de produto ou serviço vendido.

O design, não é a única solução, mas com toda a certeza fará parte da solução de uma empresa responsável com a atitude e visão estratégica, mas acima de tudo com crença no que pode oferecer ao mercado, ou seja, consciente do seu papel e espaço no mercado, preocupada em crescer. Não fará sentido desenvolver esforços e acreditar em sucesso pleno, sem considerar o design, como elemento primordial de definição de personalidade, de forma de estar e ser percebido no mundo empresarial.

O design é assim uma variavél de sucesso, que é tão ou mais importante em função das outras variavés que compoêm a equação e assim definem o tamanho e a imporatncia de um negócio, como um todo.