Ultimamente me habituei a escutar essa frase seguida de uma expressão facial de estranhamento. Estou há três anos e meio pesquisando e ministrando aulas sobre Branding, na PUC-Rio, e tive a oportunidade de me confrontar com diversos conceitos e definições, sem contar as inúmeras afirmações de “paternidade” ou “maternidade”: alguns dizendo que o Branding surgiu no Design e outros, que é um “método” originado da Publicidade. Tem quem diga que a origem vem da área de Administração, Marketing. Até a Gestão do Design reivindica o título. Todos munidos de exames de DNA muito convincentes.
A grande verdade é que o termo está na moda, como diria minha avó, está na “crista da onda”. No segmento de design isto pode ser notado pela mudança da nomenclatura de alguns escritórios, principalmente das regiões sul e sudeste do país, que se tornaram “agências” ou “consultorias” de Branding.
Esta substituição terminológica tem causado uma série de confusões tanto no âmbito acadêmico quanto no profissional, todos estão “fazendo branding”. “Fazer branding” se tornou uma referência no mercado – de estar ou não atualizado.
Mas será que todos os escritórios que se intitulam consultorias de Branding trabalham realmente com este conhecimento?
Acredito, na verdade, que quem realmente “faz Branding” não são os profissionais de design, comunicação, administração, etc, que são agentes no processo, mas sim o detentor da marca que, em dado momento, passa acreditar que a marca é seu principal ativo e o produto ou serviço oferecido é apenas um suporte de uma série de outras manifestações simbólicas construídas pelos indivíduos que se relacionam com a marca (sejam seus funcionários, clientes, parceiros de negócio, etc).
Sendo assim, o mais importante é levantar algumas questões, hipóteses que possam gerar reflexões sobre um conhecimento que, ao meu ver, ainda está em formação, sistematização. Primeiro parto do principio que as coisas surgem antes de serem nomeadas, ou seja, antes de se falar e escrever a expressão Branding, com o uso ligado a aspectos de construção de marca, a “coisa” em si já existia e a palavra já era usada com outros significados.
Vamos começar buscando a etimologia da palavra. O termo é gerúndio do verbo da língua inglesa to brand (marcar) e possui relação com a prática de marcar gado, cabras, cavalos e ovelhas. Foram encontradas referências a este hábito em imagens de bois “marcados” com hieróglifos em lápides que datam de 3000 A.C.
Também no ano de 1346 durante a guerra dos Cem Anos, os cavalos ingleses eram identificados com uma marca imperial, depois conhecida como a marca do rei. Entretanto, somente nos Estados Unidos esta prática foi inspirada por interesses comerciais. As marcas eram registradas no Livro de marcas do estado.
Regras foram desenvolvidas a fim de especificar como e onde os animais deveriam ser marcados e como as marcas seriam descritas verbalmente. (Mollerup, 1998).A inglesa Jane Pavitt enfatiza esta idéia dizendo que “A origem do termo ‘marca’ (brand) em um sentido atual é relativamente nova. Deriva da prática de marcar ou gravar de uma forma permanente uma propriedade usualmente com um ferro quente. O gado ou rebanho era marcado desta forma, mas isto igualmente sinalizava uma desgraça. Os criminosos também eram marcados com a “marca da infâmia” por uma tatuagem ou por um ferro quente.
Branding, então, sinalizava uma perda de estima que não pode ser restabelecida e poderia ser publicamente reconhecida. Seria bastante precipitado tentar afirmar aonde começou o uso do termo Branding com o sentido atual (o qual abordaremos em breve), mas alguns acontecimentos são significativos e influenciaram de forma emblemática o seu cenário.
O primeiro deles é o surgimento dos sistemas de gerenciamento de marcas (Brand Management) dentro das empresas. Na década de 30, empresas multimarcas como a Procter & Gamble (que no Brasil é detentora de marcas conhecidas como Hipoglós, Ariel, Ace, Vick Vaporub, etc) implantou ”times” de gerenciamento de marca que seriam responsáveis pelo desenvolvimento do produto, seu programa de marketing, sua coordenação de fabricação e vendas. Naquela época, a necessidade de formulação de um sistema de gerenciamento partiu da observação de que, às vezes, a maioria dos esforços era direcionado apenas para a marca que obtinha maiores lucros, e que esse lucro surgia de ações descoordenadas.
Então, o raciocínio básico residia no fato de que a partir do momento em que cada marca tivesse uma equipe responsável, com seu respectivo “gerente”, seria possível entender as demandas de uma forma mais clara e consistente e potencializar as vendas de todas as marcas do portifólio de uma empresa. (Aaker, 1991).
O surgimento de escritórios especializados em projetos de identidade de marca e imagem também foi um fato importante. Podemos citar como exemplo as norte-americanas Landor Associates e a Lipincott&Margulies, fundadas em 1941 e 1943 respectivamente, que tiveram um papel fundamental, pois foram pioneiras em projetos de design de embalagens e identidade de marca nas décadas de 40, 50 e 60, desenvolvendo projetos para empresas como a Tucker, Coca-Cola e Xerox. Na Europa, a suíça Zintzmeyer & Lux também alcançou bastante notoriedade ao desenvolver programas de identidade para empresas como a Nestlé e BMW.
A Interbrand, fundada na Inglaterra em 1974, e que originalmente atuava apenas em projetos de Naming (desenvolvimento de nomes para marcas), posteriormente passou a desenvolver projetos de identidade de marca e se tornou mundialmente reconhecida por trabalhar com o conceito de Brand Valuation (processo de identificação e mensuração de vantagem econômica – valor financeiro de marca).
O mesmo se deu na Ásia com a japonesa PAOS. Fundada por Motoo Nakanishi, em 1968, teve um papel relevante desenvolvendo projetos para diversas corporações japonesas, como a Mazda, Bridgestone, Ricoh e Kenwood. No entendimento da PAOS, o design não era limitado a artes gráficas, identidade visual para empresas, design de produtos ou embalagens.
Qualquer forma de expressão corporativa era vista como detentora de valor e estética, e, conseqüentemente com potencial para diferenciar a empresa e seus produtos da concorrência.
Para Nakanishi, a organização não é vista apenas como criadora de produtos e de lucro, mas como “criadora de cultura” para clientes, funcionários, investidores e a sociedade em geral. (Schimitt e Simonson, 2000).
O surgimento de organizações sem fins lucrativos de fomento da cultura do design nas empresas através de várias atividades educacionais, primeiro o Design Council na Inglaterra em 1944, depois o Design Management Institute na década de 70 e a Corporate Design Foundation formada em meados da década de 80 nos Estados Unidos, ajudaram a disseminar o conceito do design corporativo. (Schimitt e Simonson, 2000).
A onda de aquisições dessas empresas por grandes grupos de propaganda e marketing, a partir de meados dos anos 80, ajudou a compor o cenário do Branding. A consultoria Marsh&McLennan incorporou em 1988 a Lippincott&Margulies, que passou a se chamar Lippincott Mercer; e em 1990 a Young&Rubicam, do grupo de comunicação britânico WPP, comprou a Landor Associates. A Interbrand foi incorporada em 1993 pelo grupo de comunicação Omnicom e, posteriormente, a Zintzmeyer & Lux foi fundida à Interbrand em 96.Estes acontecimentos apontam caminhos de convergência entre conhecimentos de design, marketing, administração, propaganda, etc com o intuito de construir uma proposta inovadora de identidade de marca.
Este sistema de ações interdisciplinares, que vêm a ser o Branding, busca o estabelecimento de imagens, percepções e associações pelas quais os diversos públicos que influenciam uma organização irão se relacionar com um produto, serviço ou empresa.
Na próxima coluna tratarei dos eventos de formação do cenário do Branding no Brasil. Até breve e um grande abraço.
Por Delano Rodrigues
As Regionalidades do Design
Por Paulo Oliva
O termo regionalidade é utilizado neste texto para qualificar as ações que resultam do esforço conjunto de todas as áreas produtivas que visam destacar, desenvolver e difundir as habilidades e características de uma região, procurando torná-la um centro de referência.
Essas ações necessitam de pesquisas qualitativas, de novas tecnologias adaptadas às suas realidades, de matérias primas alternativas e de metodologias apropriadas aos processos de produção, que dinamizem as atividades e habilitações locais, sem alterá-las em sua essência. Dessa forma, o designer que estiver comprometido com a cultura regional e com esses processos produtivos terá um papel importante no seu desenvolvimento, pois, além da formação acadêmica e do conhecimento técnico, conseguirá fazer com que suas contribuições sejam mais facilmente compreendidas por todos os envolvidos.
Por outro lado, o desenvolvimento pode ser entendido como um processo de potencialização das oportunidades e características existentes em cada território.
Em face das diferenças geográficas, econômicas, sociais e culturais existentes, em especial aquelas referentes à atividade do Design, percebe-se uma participação considerável de profissionais comprometidos com suas regiões, não só contribuindo, efetivamente, na formulação de políticas que visem destacar e valorizar a produção e os produtos, como também contemplando, em seus projetos, as influências culturais e especificidades da região onde estão inseridos.
Motivado pela necessidade de discutir questões relativas ao desenvolvimento descentralizado e a identidade da produção regional, foi criado, em novembro de 1996, o Programa Brasileiro de Design - PBD. A iniciativa envolveu alguns conjuntos de autoridades governamentais, empresários, representantes dos segmentos da sociedade civil, instituições acadêmicas, profissionais de Design e outras áreas afins e teve como objetivo qualificar a exportação nacional, mais propriamente, o produto brasileiro, visando torná-lo mais competitivo.
Como conseqüência, sua criação suscitou o surgimento, em quase todo o país, de Programas Estaduais de Design. Dentro dessa perspectiva, os programas foram catalisadores de conversas e de ações e promoveu discussões em diversos níveis. Essa atividade, além de ter possibilitado a identificação de um contingente de profissionais disposto a "arregaçar as mangas", de forma até ousada e contundente, sensibilizou as autoridades e a cadeia produtiva brasileira, no sentido de perceber a atividade de Design como economicamente necessária e estrategicamente indispensável.
Mesmo tendo consciência de que, do ponto de vista dos resultados consolidados pelas entidades governamentais, as ações empreendidas pelo programa nacional e seus similares estaduais tenham sido modestas, pode-se constatar que desencadearam o início de um movimento descentralizador, dos diferentes participantes da cadeia produtiva nacional, cuja essência se expressa no reforço das características e habilidades específicas e na manifestação da cultura de cada local, contrapondo-se, mesmo que timidamente, ao traço histórico de conservadorismo manifesto na ênfase até então posta somente na ampliação e no fortalecimento dos centros mais desenvolvidos.
Hoje, mesmo com enormes distorções e simplificações, o Design é uma atividade reconhecida como fundamental para quem procura qualificar seus produtos e torná-los mais competitivos, independente da região onde estejam sendo produzidos. Como exemplos, podemos destacar algumas iniciativas: - o crescimento, o reforço em qualidade e o investimento em Design do pólo moveleiros gaúcho, revelados não só em eventos como a Feira Movelsul, mas também no aumento significativo de
suas exportações, com resultados expressivos para a economia da região e do País; - a qualidade e os aspectos nitidamente regionais percebidos na produção moveleira mineira, que propiciou a organização dos profissionais de Design daquela região com o objetivo de assessorar e aprimorar o produto local; - a criativa e diversificada produção da indústria e dos designers de mobiliário paulistas, que, em função de seu arrojo e expressão formal, apresentam uma nítida característica urbana e cosmopolita com aceitação internacional; - as características culturais, os materiais e as habilidades técnicas que impregnam a pequena e crescente produção moveleira pernambucana, que, por sua originalidade e qualidade, sensibilizou os europeus, na última Feira de Milão. - também em Pernambuco, na região do Agreste, a efetiva participação do Design no fortalecimento do setor de confecção, que leva em conta as habilidades e a tradição do segmento, nas cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, comprovam o citado movimento descentralizador.
Esse movimento, em Pernambuco, é resultado de um plano de identificação dos arranjos produtivos promovido pelo Governo do Estado, que visa a implantação, entre outras, de Centros Tecnológicos.
O projeto, que tem nas habilidades dos municípios e da região em seu entorno a referência básica, baseia-se em três pontos principais: a educação profissional, o estímulo à capacidade empreendedora e a inovação tecnológica, na qual se insere claramente o Design. Com esse intuito, levando em conta as características e habilidades de cada região, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente vem discutindo com as instituições envolvidas nessas identificações e com a Rede Pernambucana de Design um modelo de gestão para os cinco primeiros pólos: o do Gesso, no Araripe, o de Vitivinicultura, em Lagoa Grande, o de Caprino-ovinocultura, em Serra Talhada, o de Laticínios, em Garanhuns e o já citado de Confecções, em Caruaru. Pretende-se estabelecer uma ação focada na solução dos problemas dos diferentes arranjos produtivos e já está definida a implantação de pelo menos um Núcleo de Design, coordenado pela Rede Pernambucana de Design, visando atender as demandas do pólo de confecção de Caruarú. Poderia, ainda, estender-me citando outras ações nas quais as questões relativas a regionalidade estão claramente presentes. Penso, no entanto, que é necessário consignar, a importância do envolvimento de instituições, como a CNI - Confederação Nacional da Indústria, preocupada com a identificação da demanda de Design em todo o país; o SEBRAE, que vem discutindo as nossas características mais identificadoras e "exportáveis" no Projeto Cara Brasileira e a inclusão do Design na assessoria a micro e pequenas empresas; e, mais recentemente, as Redes Estaduais de Design, instaladas em vários estados do País, com seus centros e núcleos voltados para o apoio dos arranjos produtivos de cada uma das regiões.
Penso que o importante nessa abordagem sobre a regionalidade é compreender que vivenciamos um inevitável movimento descentralizador, onde múltiplos e pulverizados centros menores nos apresentam suas criações, com características e habilidades específicas, desenvolvidas com o apoio dos designers locais e que essas contribuições não são melhores, nem piores, do que aquelas de regiões mais desenvolvidas. São apenas diferentes.
Não é possível deixar de perceber a existência de uma efervescente, importante, criativa e inovadora prática em desenvolvimento nas supostas "periferias produtivas" menos dotadas. Considero que, entre todos os envolvidos, o designer é um dos melhores atores dessa transformação e tradutor de cada uma das qualidades e da cultura de cada uma de nossas regiões.
O País possui um incrível e fantástico exército de obstinados que, mesmo muitas vezes isolados em seus redutos e limitados em suas ações, procuram, de forma competente, fazer com que a atividade profissional seja reconhecida e respeitada.
É fundamental que não se analise a questão da regionalidade por um viés regionalista obtuso e coorporativo e se perca a possibilidade de vivenciar o rico e frenético surgimento de novos personagens neste cenário onde o Design se consolida com suas contribuições e competências.
Paulo Oliva é arquiteto e designer, formado pela Universidade de São Paulo em 1974, com especialização em Design Gráfico e de Produto, com atuação profissional e docente desde a década de 1980. Com a OLIVA Design, em Recife, desde 1986, foi a responsável pela criação de marcas e desenvolvimento das linhas de embalagens ganhadores de prêmios na região. Foi Presidente da APD-PE - Associação Profissional dos Designers de Pernambuco, até 2003.
O termo regionalidade é utilizado neste texto para qualificar as ações que resultam do esforço conjunto de todas as áreas produtivas que visam destacar, desenvolver e difundir as habilidades e características de uma região, procurando torná-la um centro de referência.
Essas ações necessitam de pesquisas qualitativas, de novas tecnologias adaptadas às suas realidades, de matérias primas alternativas e de metodologias apropriadas aos processos de produção, que dinamizem as atividades e habilitações locais, sem alterá-las em sua essência. Dessa forma, o designer que estiver comprometido com a cultura regional e com esses processos produtivos terá um papel importante no seu desenvolvimento, pois, além da formação acadêmica e do conhecimento técnico, conseguirá fazer com que suas contribuições sejam mais facilmente compreendidas por todos os envolvidos.
Por outro lado, o desenvolvimento pode ser entendido como um processo de potencialização das oportunidades e características existentes em cada território.
Em face das diferenças geográficas, econômicas, sociais e culturais existentes, em especial aquelas referentes à atividade do Design, percebe-se uma participação considerável de profissionais comprometidos com suas regiões, não só contribuindo, efetivamente, na formulação de políticas que visem destacar e valorizar a produção e os produtos, como também contemplando, em seus projetos, as influências culturais e especificidades da região onde estão inseridos.
Motivado pela necessidade de discutir questões relativas ao desenvolvimento descentralizado e a identidade da produção regional, foi criado, em novembro de 1996, o Programa Brasileiro de Design - PBD. A iniciativa envolveu alguns conjuntos de autoridades governamentais, empresários, representantes dos segmentos da sociedade civil, instituições acadêmicas, profissionais de Design e outras áreas afins e teve como objetivo qualificar a exportação nacional, mais propriamente, o produto brasileiro, visando torná-lo mais competitivo.
Como conseqüência, sua criação suscitou o surgimento, em quase todo o país, de Programas Estaduais de Design. Dentro dessa perspectiva, os programas foram catalisadores de conversas e de ações e promoveu discussões em diversos níveis. Essa atividade, além de ter possibilitado a identificação de um contingente de profissionais disposto a "arregaçar as mangas", de forma até ousada e contundente, sensibilizou as autoridades e a cadeia produtiva brasileira, no sentido de perceber a atividade de Design como economicamente necessária e estrategicamente indispensável.
Mesmo tendo consciência de que, do ponto de vista dos resultados consolidados pelas entidades governamentais, as ações empreendidas pelo programa nacional e seus similares estaduais tenham sido modestas, pode-se constatar que desencadearam o início de um movimento descentralizador, dos diferentes participantes da cadeia produtiva nacional, cuja essência se expressa no reforço das características e habilidades específicas e na manifestação da cultura de cada local, contrapondo-se, mesmo que timidamente, ao traço histórico de conservadorismo manifesto na ênfase até então posta somente na ampliação e no fortalecimento dos centros mais desenvolvidos.
Hoje, mesmo com enormes distorções e simplificações, o Design é uma atividade reconhecida como fundamental para quem procura qualificar seus produtos e torná-los mais competitivos, independente da região onde estejam sendo produzidos. Como exemplos, podemos destacar algumas iniciativas: - o crescimento, o reforço em qualidade e o investimento em Design do pólo moveleiros gaúcho, revelados não só em eventos como a Feira Movelsul, mas também no aumento significativo de
suas exportações, com resultados expressivos para a economia da região e do País; - a qualidade e os aspectos nitidamente regionais percebidos na produção moveleira mineira, que propiciou a organização dos profissionais de Design daquela região com o objetivo de assessorar e aprimorar o produto local; - a criativa e diversificada produção da indústria e dos designers de mobiliário paulistas, que, em função de seu arrojo e expressão formal, apresentam uma nítida característica urbana e cosmopolita com aceitação internacional; - as características culturais, os materiais e as habilidades técnicas que impregnam a pequena e crescente produção moveleira pernambucana, que, por sua originalidade e qualidade, sensibilizou os europeus, na última Feira de Milão. - também em Pernambuco, na região do Agreste, a efetiva participação do Design no fortalecimento do setor de confecção, que leva em conta as habilidades e a tradição do segmento, nas cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, comprovam o citado movimento descentralizador.
Esse movimento, em Pernambuco, é resultado de um plano de identificação dos arranjos produtivos promovido pelo Governo do Estado, que visa a implantação, entre outras, de Centros Tecnológicos.
O projeto, que tem nas habilidades dos municípios e da região em seu entorno a referência básica, baseia-se em três pontos principais: a educação profissional, o estímulo à capacidade empreendedora e a inovação tecnológica, na qual se insere claramente o Design. Com esse intuito, levando em conta as características e habilidades de cada região, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente vem discutindo com as instituições envolvidas nessas identificações e com a Rede Pernambucana de Design um modelo de gestão para os cinco primeiros pólos: o do Gesso, no Araripe, o de Vitivinicultura, em Lagoa Grande, o de Caprino-ovinocultura, em Serra Talhada, o de Laticínios, em Garanhuns e o já citado de Confecções, em Caruaru. Pretende-se estabelecer uma ação focada na solução dos problemas dos diferentes arranjos produtivos e já está definida a implantação de pelo menos um Núcleo de Design, coordenado pela Rede Pernambucana de Design, visando atender as demandas do pólo de confecção de Caruarú. Poderia, ainda, estender-me citando outras ações nas quais as questões relativas a regionalidade estão claramente presentes. Penso, no entanto, que é necessário consignar, a importância do envolvimento de instituições, como a CNI - Confederação Nacional da Indústria, preocupada com a identificação da demanda de Design em todo o país; o SEBRAE, que vem discutindo as nossas características mais identificadoras e "exportáveis" no Projeto Cara Brasileira e a inclusão do Design na assessoria a micro e pequenas empresas; e, mais recentemente, as Redes Estaduais de Design, instaladas em vários estados do País, com seus centros e núcleos voltados para o apoio dos arranjos produtivos de cada uma das regiões.
Penso que o importante nessa abordagem sobre a regionalidade é compreender que vivenciamos um inevitável movimento descentralizador, onde múltiplos e pulverizados centros menores nos apresentam suas criações, com características e habilidades específicas, desenvolvidas com o apoio dos designers locais e que essas contribuições não são melhores, nem piores, do que aquelas de regiões mais desenvolvidas. São apenas diferentes.
Não é possível deixar de perceber a existência de uma efervescente, importante, criativa e inovadora prática em desenvolvimento nas supostas "periferias produtivas" menos dotadas. Considero que, entre todos os envolvidos, o designer é um dos melhores atores dessa transformação e tradutor de cada uma das qualidades e da cultura de cada uma de nossas regiões.
O País possui um incrível e fantástico exército de obstinados que, mesmo muitas vezes isolados em seus redutos e limitados em suas ações, procuram, de forma competente, fazer com que a atividade profissional seja reconhecida e respeitada.
É fundamental que não se analise a questão da regionalidade por um viés regionalista obtuso e coorporativo e se perca a possibilidade de vivenciar o rico e frenético surgimento de novos personagens neste cenário onde o Design se consolida com suas contribuições e competências.
Paulo Oliva é arquiteto e designer, formado pela Universidade de São Paulo em 1974, com especialização em Design Gráfico e de Produto, com atuação profissional e docente desde a década de 1980. Com a OLIVA Design, em Recife, desde 1986, foi a responsável pela criação de marcas e desenvolvimento das linhas de embalagens ganhadores de prêmios na região. Foi Presidente da APD-PE - Associação Profissional dos Designers de Pernambuco, até 2003.
* Arte e Design
O texto vem com o propósito de estimular o pensamento crítico a respeito da influência do contexto histórico, social e político na arte e no design. Indaga de maneira sutil a desvalorização da Arte no mundo contemporâneo em favorecimento da profissão Design, evocando a participação do sentimento humano. Em todo o seu decorrer não aponta para uma verdade absoluta e sim no incentivo a reflexão.
Não querendo impor uma verdade absoluta a respeito do que venha a ser Arte e Design e suas inter-relações, questão está já tão discutida e debatida, apresento nesse texto comparações, ligações, e fatos que ajudam a elucidar a mente do leitor sobre idéia suscitada, para que ele próprio, junto aos seus conhecimentos, reflita e tire as suas próprias conclusões.
Partindo do período de onde acreditam a grande maioria ter nascido à profissão Design, acredita sim que este despertou com a proposta de suprir além das necessidades da Revolução Industrial, a manutenção e a expectativa de como ficaria a arte diante das mudanças e reviravoltas mecânicas.
Se formos parar para analisar, no Art Nouveau, começa a existir a idéia de design atrelada com a arte, devido à oposição que esse movimento fez com a Era industrial. Oposição não no sentido de ressaltar o artesanal, como idealizava William Morris, mas de dar as formas que faltavam nas estruturas esterilizadas e antiestéticas que os produtos fabricados pelas máquinas produziam. Sendo assim, sofre uma forte influência das artes aplicadas e trabalhadas em materiais que condiziam com os produzidos nas grandes indústrias, tais como o ferro e o vidro, alicerçando as bases para a idéia do profissional de design.
Percorrendo um pouco na História da Arte, poderemos perceber que esta, também como o design, serviu a uma necessidade do homem, atrelada sempre as questões políticas, sociais, culturais e financeiras. O design surge nos tempos primitivos assim como a arte e tem sua importância em destaque, quando existe um poder maior, que faz dela uma ferramenta para um determinado fim ou interesse.
O conceito de arte está completamente ligado ao mundo em que o homem vivia, tempos em que não estamos dando conta que se acabou e que pode ser analisado por essa passagem da arte para o design. O homem se apropriou da arte quando sabia que através desta podia envolver, revelar ou até mesmo impor algum tipo de pensamento em outrem e é exatamente isso que o design faz agora. Não existe mais espaço na vida do homem para a arte. Ele está deixando de apreciar o belo sentimental, a sensibilidade do natural, para aderir ao belo funcional, ágil, mecânico e tecnológico e como peça chave disso está o design - o redescobrimos, pois dele agora necessitamos; iremos nos apropriar desse novo mecanismo para atender as expectativas do mundo industrial, capitalista e dos novos ideais tecnológicos.
É possível que a crise existente hoje nas Belas Artes venha daí. Não se sabe mais o que é arte, quem realmente faz arte, se instalações é arte, se arte contemporânea é “arte”...
O estudo da arte e do design dentro da trajetória da história da humanidade, ao meu ver, jamais pode ser visto de forma separada, mesmo que cada um tenha suas características, objetivos e finalidades diferenciadas. É como se estivesse estudando em linhagem contínua, recebendo apenas os reflexos comportamentais da sociedade vigente em cada época.
Logicamente que para maior aprofundamento no assunto, Arte/Design, se faria necessário um estudo separado, mas para que se entenda o processo e os motivos que se tem hoje a respeito desses dois objetos de estudo é preciso olhá-los horizontalmente, e é importante que os alunos tenham essa noção e entendam o quanto eles permanecem o tempo todo interligados.
Feita essa análise é possível ver claramente a situação atual e até mesmo levantar hipóteses a respeito de como se encaminhará, no decorrer do século XXI, essas duas manifestações. É certo que hoje o design se constitui bastante relevante na vida das pessoas, mesmo que a grande maioria não perceba, e o que também não é diferente da arte. O grande problema é que aos poucos, o design, produto dos novos tempos, está tomando em certa medida, o lugar que antes era ocupado às belas artes. Duas coisas podem ocorrer: uma grande manifestação por parte dessa em repúdio ao design, onde ocorrerá a retomada dos valores artísticos ou o paulatino falecimento da arte em favor do design que continuará a se consolidar trazendo diferentes bifurcações no decorrer dos tempos – o mesmo que aconteceu nas artes. Digo isso, pois os valores de ambos já se encontraram, hoje já existem peças de design que tem significância de uma verdadeira obra-de-arte. Da mesma forma que as obras feitas hoje, já não tem o valor das desenvolvidas no impressionismo, por exemplo, considerado o ultimo movimento artístico com mais relevada importância. O que pode ser notado como um marco, pois este antecede a Era industrial e o Art Nouveau.
Estudar, observar e refletir sobre essas questões, analisando-a como um conjunto e não como parte isolada, faz nos sentir vivos e como protagonistas dessa densa história. Como designers somos o fruto de uma nova geração e é dessa forma, assumindo toda a responsabilidade do que como profissionais produzimos, que temos que adotar o nosso ofício, pois amanhã seremos cobrados e responsabilizados por nossas contribuições porque afinal de contas, fazemos parte desse processo.
Não querendo impor uma verdade absoluta a respeito do que venha a ser Arte e Design e suas inter-relações, questão está já tão discutida e debatida, apresento nesse texto comparações, ligações, e fatos que ajudam a elucidar a mente do leitor sobre idéia suscitada, para que ele próprio, junto aos seus conhecimentos, reflita e tire as suas próprias conclusões.
Partindo do período de onde acreditam a grande maioria ter nascido à profissão Design, acredita sim que este despertou com a proposta de suprir além das necessidades da Revolução Industrial, a manutenção e a expectativa de como ficaria a arte diante das mudanças e reviravoltas mecânicas.
Se formos parar para analisar, no Art Nouveau, começa a existir a idéia de design atrelada com a arte, devido à oposição que esse movimento fez com a Era industrial. Oposição não no sentido de ressaltar o artesanal, como idealizava William Morris, mas de dar as formas que faltavam nas estruturas esterilizadas e antiestéticas que os produtos fabricados pelas máquinas produziam. Sendo assim, sofre uma forte influência das artes aplicadas e trabalhadas em materiais que condiziam com os produzidos nas grandes indústrias, tais como o ferro e o vidro, alicerçando as bases para a idéia do profissional de design.
Percorrendo um pouco na História da Arte, poderemos perceber que esta, também como o design, serviu a uma necessidade do homem, atrelada sempre as questões políticas, sociais, culturais e financeiras. O design surge nos tempos primitivos assim como a arte e tem sua importância em destaque, quando existe um poder maior, que faz dela uma ferramenta para um determinado fim ou interesse.
O conceito de arte está completamente ligado ao mundo em que o homem vivia, tempos em que não estamos dando conta que se acabou e que pode ser analisado por essa passagem da arte para o design. O homem se apropriou da arte quando sabia que através desta podia envolver, revelar ou até mesmo impor algum tipo de pensamento em outrem e é exatamente isso que o design faz agora. Não existe mais espaço na vida do homem para a arte. Ele está deixando de apreciar o belo sentimental, a sensibilidade do natural, para aderir ao belo funcional, ágil, mecânico e tecnológico e como peça chave disso está o design - o redescobrimos, pois dele agora necessitamos; iremos nos apropriar desse novo mecanismo para atender as expectativas do mundo industrial, capitalista e dos novos ideais tecnológicos.
É possível que a crise existente hoje nas Belas Artes venha daí. Não se sabe mais o que é arte, quem realmente faz arte, se instalações é arte, se arte contemporânea é “arte”...
O estudo da arte e do design dentro da trajetória da história da humanidade, ao meu ver, jamais pode ser visto de forma separada, mesmo que cada um tenha suas características, objetivos e finalidades diferenciadas. É como se estivesse estudando em linhagem contínua, recebendo apenas os reflexos comportamentais da sociedade vigente em cada época.
Logicamente que para maior aprofundamento no assunto, Arte/Design, se faria necessário um estudo separado, mas para que se entenda o processo e os motivos que se tem hoje a respeito desses dois objetos de estudo é preciso olhá-los horizontalmente, e é importante que os alunos tenham essa noção e entendam o quanto eles permanecem o tempo todo interligados.
Feita essa análise é possível ver claramente a situação atual e até mesmo levantar hipóteses a respeito de como se encaminhará, no decorrer do século XXI, essas duas manifestações. É certo que hoje o design se constitui bastante relevante na vida das pessoas, mesmo que a grande maioria não perceba, e o que também não é diferente da arte. O grande problema é que aos poucos, o design, produto dos novos tempos, está tomando em certa medida, o lugar que antes era ocupado às belas artes. Duas coisas podem ocorrer: uma grande manifestação por parte dessa em repúdio ao design, onde ocorrerá a retomada dos valores artísticos ou o paulatino falecimento da arte em favor do design que continuará a se consolidar trazendo diferentes bifurcações no decorrer dos tempos – o mesmo que aconteceu nas artes. Digo isso, pois os valores de ambos já se encontraram, hoje já existem peças de design que tem significância de uma verdadeira obra-de-arte. Da mesma forma que as obras feitas hoje, já não tem o valor das desenvolvidas no impressionismo, por exemplo, considerado o ultimo movimento artístico com mais relevada importância. O que pode ser notado como um marco, pois este antecede a Era industrial e o Art Nouveau.
Estudar, observar e refletir sobre essas questões, analisando-a como um conjunto e não como parte isolada, faz nos sentir vivos e como protagonistas dessa densa história. Como designers somos o fruto de uma nova geração e é dessa forma, assumindo toda a responsabilidade do que como profissionais produzimos, que temos que adotar o nosso ofício, pois amanhã seremos cobrados e responsabilizados por nossas contribuições porque afinal de contas, fazemos parte desse processo.
* Design e Cultura
Por Pedro Inoue
Bons tempos aqueles. Aprendi bastante porque sempre ouvi os outros falarem.
E aprendi também que chega uma hora que tem que falar. Senão, passa. Design x Cultura Recebi um e-mail da Angela semana passada me sugerindo o tema: design x cultura. Me perguntei o porquê do xis no meio das duas palavras. Seria um xis tipo 'versus'? tipo jogo de futebol? competição? Eu lembro de quando era moleque, no colégio Poço do Visconde, um amigo meu escreveu na árvore com um canivete, Rodrigo S x Ana M - e a tal da Ana não entendeu do que se tratava.
Como anda a sua idéia de cultura atualmente?
"Toda vez que escuto a palavra cultura pego meu talão de cheques" Barbara Kruger Vivo em Londres com um chileno e uma alemã, me acostumei a tomar chá com leite, a tomar chuva na cabeça e vento frio na cara.
Trabalho há quase dois anos com o Jonathan Barnbrook, na Barnbrook studios. Jonathan tem um trabalho altamente cultural e preferiu montar um estúdio de pequeno porte e fazer trabalhos que considera mais interessantes ao invés de montar um mega-esquema-escritório-atrás-do-dinheiro. Isso me fez mudar muito, me fez olhar o design de outra maneira. Acho que viver por aqui, nessa sociedade de consumo onde o coração é o lucro, a minha idéia de cultura anda completamente poluída.
Por esses lados o poder da imagem fica muito claro e chega a limites absurdos e num mundo onde 35 mil crianças morrem de fome e 500 milhões de latas de coca-cola são consumidas diariamente, qualquer idéia de limite é absurda.
Claro que você acha outros grandes agentes de cultura fora dessa confusão toda, morando numa cidade multicultural como essa. Mas que o time da cultura-global-fast-junk-food anda ganhando de lavada é fato.
Pesquisas apontam que somos atingidos por 3 mil propagandas diariamente.
A impressão que tenho é que tudo é manufaturado diretamente para você, no horário nobre, a cores e ao vivo. Qualquer idéia de vanguarda vira o último cartaz da Nike, a cultura popular é usada para vender jeans Levi's e o que chamamos de 'cool' é o último comercial da Ford. Qual a conseqüência disso? Quando não existe mais alternativo.
Quando tudo é "main stream".
Quando tudo que atinge seus olhos não te conta uma história diferente e sim tenta te convencer a consumir mais uma estilo de vida indispensável para que sua existência seja completa. Materialmente e espiritualmente.
"O imperialismo norte-americano está vindo para um país próximo de você. Aguarde." Enquanto na Europa, os movimentos como a Bauhaus, De-Stijl e o Construtivismo buscavam um certo alinhamento com a produção de massa e a política social, a America do Norte fazia do design uma ferramenta eficiente na busca de lucro.
A frase "forma segue função" é substituída por "estilo segue vendas". Todos esses movimentos foram despidos de seus significados e utilizados apenas como estilo visual para vender mais produtos. E isso é presente até hoje em
dia.
A Nike utilizando da máscara de grafite de spray - usada pelos grupos anti-captalistas. Shell gravando comerciais em prol do meio ambiente.
Agregue a imagem. Esqueça o conteúdo. Design = Cultura Eu acredito que design é cultura. Todos criadores e comunicadores são agentes culturais. Tudo que involve criação está criando cultura no mundo atual. A impressão que tenho de Londres é que a linha que divide arte de design é menos delineada.
Tem artista que faz trabalhos de design e vice-versa. Existe muita experimentação no campo de comunicação visual, quase que uma constante re-invenção do meio. A poesia visual e música da Tomato, as colaborações com arquitetos da Designers Republic, exposições temáticas da Why Not Associates. Enxerguei também, novas maneiras de utilizar a comunicação visual para discutir o mundo a nossa volta.
A especialização na comunicação de idéias de uma forma visual é um poder de expressão que atinge centenas e centenas de pessoas. E no geral todos tem essa arma na mão: de poder informar e influenciar. Não acredito que nós - designers - somos os donos da razão, que devemos ditar qual o caminho que todos devem seguir.
Mas que nossa posição é muito preciosa e carrega consigo uma grande responsabilidade. Então cadê a discussão?
"O Design não muda o mundo, pessoas mudam o mundo". Milton Glaser A utilização da comunicação para discutir problemas políticos e sociais parte de cada um. Se você se incomoda ou não com o mundo em que vivemos é algo pessoal.
Na minha opinião não dá pra ficar em cima do muro. Eu não acredito que design seja uma profissão apolítica.
Acho que é a perfeita posição social para inserir discussões. No entanto só enxergo o design cumprindo a função exigida pela mídia: carros que você pode amar demais, de pasta de dente sentimentais e desodorantes sexuais. Qual a mensagem?
A minha vontade de estudar fora do Brasil vinha muito da maneira na qual o design é feito fora do país, da experimentação. Aqui descobri muita coisa sobre design e uma delas é que design não se ensina (conteúdo). Design não é algo que se 'tira' de às seis da tarde quando o expediente acaba ou algo que se 'põe' às nove da manhã quando vai para o trabalho. É algo que vive 24 horas com. Eu sempre me perguntei qual a diferença entre artista e designer.
E é por essa e outras razões que vejo a comunicação muito mais próxima da arte e com um papel muito importante na fabricação da cultura atualmente.
O artista e o designer tem a mesma capacidade de elaborar a "realidade", de tocar na ferida social, de colocar pra fora tudo isso de imaginação que cada um e todos tem. 'Design é um meio, não um fim em si só' Tibor Kalman O design brasileiro é muito influenciado pelo design dos Estados Unidos. Quem me dera que fosse apenas o design(!). Tive duas conversas bem interessantes na sede nova da ADG sobre isso e como o design gráfico brasileiro se posiciona seguindo padrões norte-americanos da profissão.
Design no Brasil é Business. Na minha viagem recente para São Paulo, perguntava pra todo mundo que encontrava, qual o papel social e político do design no Brasil. Poucas pessoas me responderam o seguinte: ele não existe. Fiz duas coisas que me deram um "update" do Brasil desses dois anos que estive fora e elas foram: ver 'Cidade de Deus' do Fernando Meirelles e ouvir o novo disco dos Racionais Mc's, que ao meu ver, é minha única maneira de me aproximar de uma realidade tão distante e tão perto da minha própria. Me assustei.
Se alguém me perguntar por uma resposta, uma solução, eu não tenho, eu não sei. "1% da população brasileira recebe acima de 3 mil reais."
O que me incomoda é a passividade no discurso político e social no campo de design gráfico. Todo mundo faz parte da mesma realidade e tudo que fazemos tem uma conseqüência. A passividade tem sua conseqüência.
A foto não tá bonita. Isso se sabe, isso se vê. O que se ignora? o que se evita? Por isso me incomoda tanto escutar que design social e político não existem no Brasil. Não existem porque não se pode, porque não se quer? O designer não é criador? solucionador de problemas? Então cadê a invenção/ discussão de tantos problemas realmente importantes na nossa vida? Vivemos eternamente como vítimas do sistema ou vamos conseguir elaborar o que não está sendo dito? Um grupo de jovens arrecada uma grana, troca por moedas de um e cinco centavos e dá para os meninos de rua distribuirem nos semáforos para todos os 'tios e tias' com os vidros fechados.
Outro grupo produz carimbos para notas de um real que dizem: Todos tem poder. Colam cartazes com a frase 'pau no Maluf', 'imagem não é nada. fome é foda'. Pintam os mosaicos preto e branco de São Paulo de um quarteirão da Faria Lima de coloridos e escrevem: São Paulo é a tua casa. Imagine se todo estúdio ou agência dedicasse um pouco do seu tempo para causas coletivas/ públicas? Minha idéia não é "Vamos mudar o mundo"!, mas que pelo menos comece a se fazer algo pra balancear mais o ambiente mental que todos fazem parte. "Designers podem fazer uma grande diferença, não apenas porque eles fazem as coisas mais aparentes - isso também ajuda - mas mais importante porque eles são, ou deveriam ser, especializados em colocar a imaginação em prática e estruturar mensagens para serem entendidas por uma enorme audiência." Max Bruinsma O que morro de medo é quando você entra numa sala do terceiro ano de design gráfico em São Paulo com 25 pessoas e pergunta quem faria um out-door para o Collor por cinco mil reais e apenas um se recusa.
O resto nem enxerga qual o problema de colocar o sentimento de lado - de 'ser profissional' - e trabalhar pelas cifras. Apenas pelas cifras. Pedro Inoue é designer gráfico e atualmente trabalha em Londres, com Jonathan Barnbrook. Sempre foi um forte colaborador da ADG.
* Construção de Marca.
No mercado o setor de marketing visa estimular a demanda por um determinado produto ou serviço, envolvendo ações de branding na construção e posicionamento de uma marca.
Produto que não tem marca é considerado commoditty ou item genérico, que depende somente do preço para agregar algum valor ao produto.
Além da tipologia da marca é necessário construir uma significação para ela, algo que associe ao desempenho e valor que o produto/marca pretende induzir no consumidor.
Após escolher o nome da marca, inicia-se umtrabalho que elaboração de identidade visual e conceitual.
O nome da marca deve ser coerente com o valor do produto, se o produto é de alta qualidade, a marca não deve fazer lembrar algo de ruim ou de baixa qualidade.
A marca escolhida por uma empresa pode ter origem no nome do fundador da empresa, de um local, atributo do produto, estilo de vida ou inventado, veja exemplo:
Nome do fundador: Honda;
Nome de um local: American Express;
Atributo: Sonoleve;
Estilo de vida: Sempre Livre;
Inventado : Exxon.
A marca deve evocar sobre os benefícios do produto, da qualidade, ser curta e fácil de pronunciamento, ser única e original e não apresentar problemas de tradução homônima em outras línguas.
Além dessas características deve expressar o valor da empresa que a fabrica, a personalidade e sugerir o tipo de usuário que se identificará ao comprá-la.
Por Fernando Rebouças
Fontes: Kotler, Philip. Marketing Para o Século XXI : como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo, Futura, 2000.
Produto que não tem marca é considerado commoditty ou item genérico, que depende somente do preço para agregar algum valor ao produto.
Além da tipologia da marca é necessário construir uma significação para ela, algo que associe ao desempenho e valor que o produto/marca pretende induzir no consumidor.
Após escolher o nome da marca, inicia-se umtrabalho que elaboração de identidade visual e conceitual.
O nome da marca deve ser coerente com o valor do produto, se o produto é de alta qualidade, a marca não deve fazer lembrar algo de ruim ou de baixa qualidade.
A marca escolhida por uma empresa pode ter origem no nome do fundador da empresa, de um local, atributo do produto, estilo de vida ou inventado, veja exemplo:
Nome do fundador: Honda;
Nome de um local: American Express;
Atributo: Sonoleve;
Estilo de vida: Sempre Livre;
Inventado : Exxon.
A marca deve evocar sobre os benefícios do produto, da qualidade, ser curta e fácil de pronunciamento, ser única e original e não apresentar problemas de tradução homônima em outras línguas.
Além dessas características deve expressar o valor da empresa que a fabrica, a personalidade e sugerir o tipo de usuário que se identificará ao comprá-la.
Por Fernando Rebouças
Fontes: Kotler, Philip. Marketing Para o Século XXI : como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo, Futura, 2000.
* Como tratar o cliente.
“Bom dia! Em que posso ajudar?” Esta é uma das mais freqüentes frases utilizadas ao ofertar algo para um consumidor potencial. Mas como medir a qualidade das perguntas feitas ao seu cliente?
Para construir uma rede de relacionamento estável com os clientes de uma empresa é necessário ter o interesse pelas necessidades, desejos e motivações do consumidor, o marketing e o seu planejamento de atendimento não buscam somente fechar uma venda, mas satisfazer as pessoas. Escutar o que o cliente quer, precisa, sugere e reclama é uma prática fundamental num mercado cada vez mais concorrencial.
O vendedor sempre é mais valorizado quando dedica atenção especial paraapresentar o que o cliente realmente deseja, toda boa resposta do cliente é conseqüência de uma boa pergunta do vendedor, a pergunta e a apresentação de um produto deve ser estimulante.
O melhor momento de abordar o comprador nem sempre é o momento em que ele coloca o pé na loja, toda pessoa interessada num produto, depois da vitrine, entra curiosa na loja a procura do “objeto desejado”, quando o encontra se projeta sobre o produto em busca de detalhes, é quando o vendedor pode abordar o potencial consumidor.
O vendedor nunca deve questionar a escolha do cliente, e sim de mostrar o que há de melhor e jamais criticar livremente a concorrência. As pessoas não querem somente comprar, mas também pertencer e serem bem atendidas.
Por Fernando Rebouças
FontesMarketing Básico – M. CobraJornal Emprego & Estágio
Para construir uma rede de relacionamento estável com os clientes de uma empresa é necessário ter o interesse pelas necessidades, desejos e motivações do consumidor, o marketing e o seu planejamento de atendimento não buscam somente fechar uma venda, mas satisfazer as pessoas. Escutar o que o cliente quer, precisa, sugere e reclama é uma prática fundamental num mercado cada vez mais concorrencial.
O vendedor sempre é mais valorizado quando dedica atenção especial paraapresentar o que o cliente realmente deseja, toda boa resposta do cliente é conseqüência de uma boa pergunta do vendedor, a pergunta e a apresentação de um produto deve ser estimulante.
O melhor momento de abordar o comprador nem sempre é o momento em que ele coloca o pé na loja, toda pessoa interessada num produto, depois da vitrine, entra curiosa na loja a procura do “objeto desejado”, quando o encontra se projeta sobre o produto em busca de detalhes, é quando o vendedor pode abordar o potencial consumidor.
O vendedor nunca deve questionar a escolha do cliente, e sim de mostrar o que há de melhor e jamais criticar livremente a concorrência. As pessoas não querem somente comprar, mas também pertencer e serem bem atendidas.
Por Fernando Rebouças
FontesMarketing Básico – M. CobraJornal Emprego & Estágio
Como tratar o cliente
“Bom dia! Em que posso ajudar?” Esta é uma das mais freqüentes frases utilizadas ao ofertar algo para um consumidor potencial. Mas como medir a qualidade das perguntas feitas ao seu cliente?
Para construir uma rede de relacionamento estável com os clientes de uma empresa é necessário ter o interesse pelas necessidades, desejos e motivações do consumidor, o marketing e o seu planejamento de atendimento não buscam somente fechar uma venda, mas satisfazer as pessoas. Escutar o que o cliente quer, precisa, sugere e reclama é uma prática fundamental num mercado cada vez mais concorrencial.
O vendedor sempre é mais valorizado quando dedica atenção especial para apresentar o que o cliente realmente deseja, toda boa resposta do cliente é conseqüência de uma boa pergunta do vendedor, a pergunta e a apresentação de um produto deve ser estimulante.
O melhor momento de abordar o comprador nem sempre é o momento em que ele coloca o pé na loja, toda pessoa interessada num produto, depois da vitrine, entra curiosa na loja a procura do “objeto desejado”, quando o encontra se projeta sobre o produto em busca de detalhes, é quando o vendedor pode abordar o potencial consumidor.
O vendedor nunca deve questionar a escolha do cliente, e sim de mostrar o que há de melhor e jamais criticar livremente a concorrência. As pessoas não querem somente comprar, mas também pertencer e serem bem atendidas.
* Tipos de Empresas
As empresas são organizações econômicas particulares, públicas ou mistas que oferecem bens e ou serviços tendo, em geral, o lucro como objetivo (em uma visão mais moderna, o lucro é uma conseqüência, ou retorno esperado pelos investidores, do processo produtivo e, para as empresas públicas ou “entidades sem fins lucrativos” é representado pela “rentabilidade social”).
Existem diversos tipos de empresas.
Por Caroline Faria
Podemos classificar as empresas de acordo com o setor econômico, a quantidade de sócios, tamanho, fins ou objetivos, organização ou natureza:
* Setor primário: setor agrícola;
* Setor secundário: indústrias;
* Setor terciário: serviços;
* Empresa individual: quando o proprietário da empresa é apenas uma pessoa; geralmente, neste tipo de organização o capital particular do proprietário se confunde com o da empresa;
* Empresa de Responsabilidade Limitada (ou sociedade por quotas): é o tipo mais comum, onde os sócios são responsáveis pela empresa de acordo com a quantidade de quotas.
* Sociedade Simples: é aquela formada por pessoas que exercem profissão de natureza intelectual, científica, artística ou literária, mesmo sem contar com colaboradores;
* Sociedade Empresária: é aquela onde a atividade econômica organizada é exercida de forma profissional constituindo elemento de empresa;
* Sociedade Anônima: tem seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada sócio, ou acionista, é correspondente a quantidade e valor das ações que ele possui.
* Sociedade em Comandita Simples: tipo de sociedade onde, ao lado dos sócios de responsabilidade ilimitada e solidária, existem aqueles que entram apenas com o capital, não participando da gestão do negócio, tendo, portanto, sua responsabilidade restringida ao capital subscrito;
* Sociedade em Comandita por ações: são regidas pelas normas das sociedades anônimas porque tem seu capital dividido em ações;
* Sociedade em nome Coletivo: constituída apenas por pessoas físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações da sociedade;
* Sem fins lucrativos: organizações onde toda a receita é revertida para as atividades que mantém;
* Microempresa: aquela que tem receita bruta anual igual ou inferior a R$244.000,00;
* Empresa de Pequeno Porte: aquela que tem receita bruta anual superior a R$244.000,00 e igual ou inferior a R$1.200.000,00. (Lei n.º 9.841 de 05/10/99).
Existem diversos tipos de empresas.
Por Caroline Faria
Podemos classificar as empresas de acordo com o setor econômico, a quantidade de sócios, tamanho, fins ou objetivos, organização ou natureza:
* Setor primário: setor agrícola;
* Setor secundário: indústrias;
* Setor terciário: serviços;
* Empresa individual: quando o proprietário da empresa é apenas uma pessoa; geralmente, neste tipo de organização o capital particular do proprietário se confunde com o da empresa;
* Empresa de Responsabilidade Limitada (ou sociedade por quotas): é o tipo mais comum, onde os sócios são responsáveis pela empresa de acordo com a quantidade de quotas.
* Sociedade Simples: é aquela formada por pessoas que exercem profissão de natureza intelectual, científica, artística ou literária, mesmo sem contar com colaboradores;
* Sociedade Empresária: é aquela onde a atividade econômica organizada é exercida de forma profissional constituindo elemento de empresa;
* Sociedade Anônima: tem seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada sócio, ou acionista, é correspondente a quantidade e valor das ações que ele possui.
* Sociedade em Comandita Simples: tipo de sociedade onde, ao lado dos sócios de responsabilidade ilimitada e solidária, existem aqueles que entram apenas com o capital, não participando da gestão do negócio, tendo, portanto, sua responsabilidade restringida ao capital subscrito;
* Sociedade em Comandita por ações: são regidas pelas normas das sociedades anônimas porque tem seu capital dividido em ações;
* Sociedade em nome Coletivo: constituída apenas por pessoas físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações da sociedade;
* Sem fins lucrativos: organizações onde toda a receita é revertida para as atividades que mantém;
* Microempresa: aquela que tem receita bruta anual igual ou inferior a R$244.000,00;
* Empresa de Pequeno Porte: aquela que tem receita bruta anual superior a R$244.000,00 e igual ou inferior a R$1.200.000,00. (Lei n.º 9.841 de 05/10/99).
* Franquia e Negócio Independente.
Muita gente fica com dúvidas sobre o que é uma franquia e um negócio independente, veja a seguir as diferenças entre as duas modalidades de empreendimento.
Produto ou Serviços (Franquia):1. Oferece produtos ou serviços já desenvolvidos, testados e implantados no mercado
2. Oferece de imediato marca de produtos ou serviços com boa aceitação no mercado, dependendo do tipo de franquia
3. O franqueador tem liberdade limitada na escolha de produtos ou serviços, dependendo da modalidade de franquia, para evitar riscos de mercado
Produto ou Serviços (Negócio Independente):1. Requer Know-how para criar produtos ou serviços e desenvolvêlos, testá-los e implantá-los no mercado.
2. Requer tempo para conquistar a aceitação do mercado, de marca e de produtos ou de serviços a ser comercializados.
3. O empreendedor tem plena liberdade para escolher os produtos ou os serviços, embora com maiores riscos de aceitação do mercado.
Localização (Franquia):1. Fornece consultoria para escolha do local e arranjo físico da empresa, dependendo da categoria da franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo do setor e da modalidade do negócio.
3. O custo da consultoria é menor do que um negócio independente- economia de escala.
Localização (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa, principalmente no caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar a localização de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia – custo unitário independente.
Mercado (Franquia):1. Oferece marcas testadas e com aceitação de mercado, dependendo do tipo de franquia.
2. Fornece consultoria para pesquisa e conhecimento do mercado específico, dependendo do tipo de franquia, nos seguintes aspectos:- área de atuação- produto ou serviço- público potencial- concorrentes- fornecedores- preços e comercialização
- propaganda, publicidade e promoções
- planejamento de marketing
3. O custo da consultoria é menor que no negócio.
Mercado (Negócio Indepentende):1. Há necessidade de pesquisar marcas já testadas, experimentadas e com aceitação no mercado.
2. Há necessidade de contratação de consultoria externa, em caso de inexperiência do empreendedor para realizar pesquisas de mercado, referentes aos seguintes aspectos:- área de atuação- produto ou serviço- público potencial- concorrentes- fornecedores- preços e comercialização
- propaganda, publicidade e promoções
- planejamento de marketing
3. O custo da consultoria é maior no que na franquia – custo unitário.
Administração de Pessoal (Franquia):1. Fornece consultoria em administração de pessoal, metodologia, incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo da modalidade da franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo da sua modalidade.
3. O custo da consultoria é menor do que no negócio independenteeconomia de escala.
Administração de Pessoal (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa em administração de pessoal, incluindo aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar métodos de administração de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia- custo unitário independente.
Suprimentos e Equipamentos (Franquia):1. Fornece consultoria para especificar material, máquinas e equipamentos e administra a relação comercial com fornecedores, incluindo assessoria jurídica, dependendo da modalidade de franquia.
2. Compra em escala, com menor custo unitário para o franqueado.
3. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo de sua modalidade. O custo desta consultoria é menor do que no negócio independenteeconomia de escala.
4. A liberdade do franqueado para escolher fornecedores é limitada, porém com menores riscos.
Suprimentos e Equipamentos (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratar consultoria externa- ou de bastante pesquisa de mercado- para a aquisição de máquinas, suprimentos e equipamentos, a fim de obter menores custos.
2. Na administração da relação comercial com fornecedores, em caso de problemas jurídicos, o empresário assume responsabilidade integral.
3. Os custos unitários são maiores para o empresário independente, pelo pequeno volume de compras. O custo da consultoria externa é maior que na franquia – custo unitário.
4. O empresário tem total liberdade para seleção e aquisição, mas pode enfrentar maiores riscos em relação aos fornecedores.
Finanças (Franquia):1. Fornece consultoria em administração financeira, incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo da modalidade de franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo de sua modalidade.
3. O custo desta consultoria (taxa de franquia) é menor do que no negócio independente- economia de escala.
4. Há liberdade limitada para o franqueado, com menores riscos.
Finanças (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa em administração financeira, incluindo aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar métodos de administração de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia- custo unitário independente.
4. Há liberdade total para o empresário, embora com maior grau de riscos.
Produto ou Serviços (Franquia):1. Oferece produtos ou serviços já desenvolvidos, testados e implantados no mercado
2. Oferece de imediato marca de produtos ou serviços com boa aceitação no mercado, dependendo do tipo de franquia
3. O franqueador tem liberdade limitada na escolha de produtos ou serviços, dependendo da modalidade de franquia, para evitar riscos de mercado
Produto ou Serviços (Negócio Independente):1. Requer Know-how para criar produtos ou serviços e desenvolvêlos, testá-los e implantá-los no mercado.
2. Requer tempo para conquistar a aceitação do mercado, de marca e de produtos ou de serviços a ser comercializados.
3. O empreendedor tem plena liberdade para escolher os produtos ou os serviços, embora com maiores riscos de aceitação do mercado.
Localização (Franquia):1. Fornece consultoria para escolha do local e arranjo físico da empresa, dependendo da categoria da franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo do setor e da modalidade do negócio.
3. O custo da consultoria é menor do que um negócio independente- economia de escala.
Localização (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa, principalmente no caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar a localização de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia – custo unitário independente.
Mercado (Franquia):1. Oferece marcas testadas e com aceitação de mercado, dependendo do tipo de franquia.
2. Fornece consultoria para pesquisa e conhecimento do mercado específico, dependendo do tipo de franquia, nos seguintes aspectos:- área de atuação- produto ou serviço- público potencial- concorrentes- fornecedores- preços e comercialização
- propaganda, publicidade e promoções
- planejamento de marketing
3. O custo da consultoria é menor que no negócio.
Mercado (Negócio Indepentende):1. Há necessidade de pesquisar marcas já testadas, experimentadas e com aceitação no mercado.
2. Há necessidade de contratação de consultoria externa, em caso de inexperiência do empreendedor para realizar pesquisas de mercado, referentes aos seguintes aspectos:- área de atuação- produto ou serviço- público potencial- concorrentes- fornecedores- preços e comercialização
- propaganda, publicidade e promoções
- planejamento de marketing
3. O custo da consultoria é maior no que na franquia – custo unitário.
Administração de Pessoal (Franquia):1. Fornece consultoria em administração de pessoal, metodologia, incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo da modalidade da franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo da sua modalidade.
3. O custo da consultoria é menor do que no negócio independenteeconomia de escala.
Administração de Pessoal (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa em administração de pessoal, incluindo aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar métodos de administração de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia- custo unitário independente.
Suprimentos e Equipamentos (Franquia):1. Fornece consultoria para especificar material, máquinas e equipamentos e administra a relação comercial com fornecedores, incluindo assessoria jurídica, dependendo da modalidade de franquia.
2. Compra em escala, com menor custo unitário para o franqueado.
3. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo de sua modalidade. O custo desta consultoria é menor do que no negócio independenteeconomia de escala.
4. A liberdade do franqueado para escolher fornecedores é limitada, porém com menores riscos.
Suprimentos e Equipamentos (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratar consultoria externa- ou de bastante pesquisa de mercado- para a aquisição de máquinas, suprimentos e equipamentos, a fim de obter menores custos.
2. Na administração da relação comercial com fornecedores, em caso de problemas jurídicos, o empresário assume responsabilidade integral.
3. Os custos unitários são maiores para o empresário independente, pelo pequeno volume de compras. O custo da consultoria externa é maior que na franquia – custo unitário.
4. O empresário tem total liberdade para seleção e aquisição, mas pode enfrentar maiores riscos em relação aos fornecedores.
Finanças (Franquia):1. Fornece consultoria em administração financeira, incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo da modalidade de franquia.
2. A consultoria da franquia já é testada no mercado, dependendo de sua modalidade.
3. O custo desta consultoria (taxa de franquia) é menor do que no negócio independente- economia de escala.
4. Há liberdade limitada para o franqueado, com menores riscos.
Finanças (Negócio Independente):1. Há necessidade de contratação de consultoria externa em administração financeira, incluindo aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência do empreendedor.
2. É necessário testar métodos de administração de forma independente.
3. O custo da consultoria é maior do que na franquia- custo unitário independente.
4. Há liberdade total para o empresário, embora com maior grau de riscos.
* É possível empreender sem ter dinheiro?
Se você perguntar a um empreendedor qual a principal dificuldade de se criar e manter um negócio no Brasil a resposta que ouvirá será: acesso ao capital.
Eu diria que o acesso a recursos realmente não é simples no nosso país, mas não considero que este seja o principal problema ou dificuldade para fazer acontecer.
Existem outros empecilhos, alguns dos quais criados pelos próprios empreendedores.
Para aqueles que acompanham meus textos sabem que o planejamento, ou a falta dele, sempre aparece nas pesquisas como o principal fator relacionado ao sucesso ou fracasso de um negócio.
Mas voltando à questão de acesso ao capital, hoje em dia existem diversas alternativas para se conseguir recursos, até a “fundo perdido”, para você estruturar e desenvolver sua empresa.
A premissa continua sendo a mesma: os projetos devem focar em inovação para terem chances de acessar tais recursos. As linhas existentes geralmente são provenientes de agências governamentais estaduais e do governo federal, sendo destinadas para capacitação de pessoal, pesquisa e desenvolvimento, acesso ao mercado e outras finalidades.
De todas as linhas, as mais atraentes são as destinadas a empresas inovadoras e que não exigem contrapartida significativa.
Isso já é um diferencial considerável, haja vista que para a maioria dos empreendedores, conseguir dinheiro em bancos significa oferecer alguma garantia real como contrapartida.
Indo direto ao ponto, vou citar apenas três bons exemplos.
Um deles é o projeto RHAE do Ministério da Ciência e Tecnologia e ligado ao CNPq.
Através deste projeto, micro e pequenas empresas inovadoras conseguem bolsas para pagar seus funcionários envolvidos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento.
É como se o governo pagasse o salário de gente muito qualificada para trabalhar em sua empresa. Outro exemplo é o projeto PIPE da Fapesp de São Paulo (existem similares em outros estados da federação). No PIPE a empresa não precisa nem estar criada ainda para que o empreendedor submeta seu plano de negócios com vistas a conseguir os recursos para validar seu projeto inovador e depois colocá-lo no mercado.
Há a possibilidade de se conseguir até R$500mil para projetos inovadores no PIPE.
Cabe ressaltar novamente que não se trata de empréstimo e sim de aporte financeiro do governo em empresas inovadoras.
Finalmente, cabe citar um exemplo recente decorrente da Lei de Inovação.
Trata-se de uma chamada pública da FINEP de subvenção econômica à inovação. Através desta linha de fomento pode-se conseguir a partir de R$300mil para desenvolver projetos inovadores em micro e pequenas empresas.
Então, podemos concluir que se você tem um projeto de negócio inovador encontrará alternativas de investimento para fazê-lo sair do papel.
Apesar das grandes dificuldades encontradas para as empresas acessarem recursos financeiros no país, estes exemplos podem ser considerados alternativas extremamente interessantes.
A premissa continua sendo a mesma: você deve propor algo diferente. Não adianta recorrer a estas fontes de recursos para projetos tradicionais e em mercados já saturados por negócios similares. É isso aí.
Eu diria que o acesso a recursos realmente não é simples no nosso país, mas não considero que este seja o principal problema ou dificuldade para fazer acontecer.
Existem outros empecilhos, alguns dos quais criados pelos próprios empreendedores.
Para aqueles que acompanham meus textos sabem que o planejamento, ou a falta dele, sempre aparece nas pesquisas como o principal fator relacionado ao sucesso ou fracasso de um negócio.
Mas voltando à questão de acesso ao capital, hoje em dia existem diversas alternativas para se conseguir recursos, até a “fundo perdido”, para você estruturar e desenvolver sua empresa.
A premissa continua sendo a mesma: os projetos devem focar em inovação para terem chances de acessar tais recursos. As linhas existentes geralmente são provenientes de agências governamentais estaduais e do governo federal, sendo destinadas para capacitação de pessoal, pesquisa e desenvolvimento, acesso ao mercado e outras finalidades.
De todas as linhas, as mais atraentes são as destinadas a empresas inovadoras e que não exigem contrapartida significativa.
Isso já é um diferencial considerável, haja vista que para a maioria dos empreendedores, conseguir dinheiro em bancos significa oferecer alguma garantia real como contrapartida.
Indo direto ao ponto, vou citar apenas três bons exemplos.
Um deles é o projeto RHAE do Ministério da Ciência e Tecnologia e ligado ao CNPq.
Através deste projeto, micro e pequenas empresas inovadoras conseguem bolsas para pagar seus funcionários envolvidos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento.
É como se o governo pagasse o salário de gente muito qualificada para trabalhar em sua empresa. Outro exemplo é o projeto PIPE da Fapesp de São Paulo (existem similares em outros estados da federação). No PIPE a empresa não precisa nem estar criada ainda para que o empreendedor submeta seu plano de negócios com vistas a conseguir os recursos para validar seu projeto inovador e depois colocá-lo no mercado.
Há a possibilidade de se conseguir até R$500mil para projetos inovadores no PIPE.
Cabe ressaltar novamente que não se trata de empréstimo e sim de aporte financeiro do governo em empresas inovadoras.
Finalmente, cabe citar um exemplo recente decorrente da Lei de Inovação.
Trata-se de uma chamada pública da FINEP de subvenção econômica à inovação. Através desta linha de fomento pode-se conseguir a partir de R$300mil para desenvolver projetos inovadores em micro e pequenas empresas.
Então, podemos concluir que se você tem um projeto de negócio inovador encontrará alternativas de investimento para fazê-lo sair do papel.
Apesar das grandes dificuldades encontradas para as empresas acessarem recursos financeiros no país, estes exemplos podem ser considerados alternativas extremamente interessantes.
A premissa continua sendo a mesma: você deve propor algo diferente. Não adianta recorrer a estas fontes de recursos para projetos tradicionais e em mercados já saturados por negócios similares. É isso aí.
* Só empresas preparadas vão lucrar com a Copa
Estudo encomendado pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas mostra que evento vai gerar muitos negócios para a construção civil, mas também será seletivo
Por: Altair Santos
Recente pesquisa encomendada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) à FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que a construção civil é a mola-mestra dos negócios que já estão sendo gerados em torno da Copa do Mundo de 2014. Para o setor, o evento deve ser visto como mobilizador e acelerador de processos e oportunidades.
Dival Schmidt Filho:
“A construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo.”
É o que revela Dival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014. Ao mesmo tempo, o gestor revela que as empresas precisam estar organizadas para se candidatar às possibilidades de negócios que despontam no país.
As que não estiverem adequadas, avalia o estudo do Sebrae, não terão como competir. Confira na entrevista a seguir como se dará esse processo seletivo:
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” apontou que a Copa do Mundo criará 128 grandes oportunidades para as pequenas empresas da construção civil.
Que oportunidades são essas?São oportunidades vinculadas às várias funções do setor, mas as principais dizem respeito às atividades como canteiros de obras, parte administrativa, fornecimento de alimentação, manutenção e proteção patrimonial.
Tem também as áreas de fiscalização e gerenciamento, ligadas a certificação de qualidade, controle tecnológico de resistência de concreto, auditorias, serviços médicos e de saúde, equipes de proteção, equipamentos tipos EPI’s, meio ambiente, proteção e segurança no trabalho, além das obras civis propriamente ditas, que dizem respeito ao parque de instalações, paisagismo, pavimentação, sinalização e terraplanagem. Incluem-se ainda a parte de projetos, como elaboração e serviços especializados, além da função relacionada a materiais e insumos, que está mais vinculada ao fornecimento à parte comercial da construção civil.
A construção civil é o setor que mais irá se beneficiar do evento?
O estudo mostra com qual fatia ela ficará do total de recursos a serem investidos na Copa?Obviamente é um dos setores que mais se beneficiará, até por que os investimentos estão fortemente vinculados à parte relativa a infraestrutura, mobilidade urbana e arenas desportivas. Então, o conjunto destes investimentos iniciais atinge ao redor de 20 bilhões de reais.
Agora, na própria construção civil o setor de serviços é fortemente beneficiado, assim como o setor de tecnologia da informação.
Mas a construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo, e a partir dela forma-se um encadeamento produtivo, beneficiando outros setores.
Qual a lição de casa que uma pequena empresa da construção civil precisa fazer para estar entre as que irão se beneficiar do evento?Para que estas empresas estejam realmente aptas para participar deste processo de oportunidades elas precisam ter requisitos que as credenciem. Trata-se de um conjunto de processos, tanto na área de gestão como na parte de formalização e de documentação em geral.
Como o foco do evento é fazer uma Copa Verde, empresas que tenham programas voltados à sustentabilidade e com certificações levam vantagem. É fundamental para as empresas que elas comecem o dever de casa identificando e avaliando se têm ou não requisitos para entrar neste jogo.
O estudo do Sebrae preceitua isso, junto com a Fundação Getúlio Vargas, como condição sine qua non para entrada neste processo de oportunidades.
Quem ainda não está estabelecido como empreendedor da construção civil e quer entrar no mercado agora, para aproveitar oportunidades de negócios gerados pela Copa, tem alguma chance de prosperar?O Sebrae tem programas para novos empreendedores, novos entrantes que vislumbrem neste evento mobilizador a oportunidade de desenvolver negócios.
Agora, é importantíssimo ressaltar que a Copa do Mundo é um evento mobilizador, acelerador de processo, é um evento de oportunidades, mas não é a solução para a expansão de negócios.
É preciso que, quando se pense em estabelecer novos negócios para aproveitar oportunidades, se vislumbre também a perspectiva da estratégia do médio e longo prazo para que não haja nenhum processo de frustração.
A Copa tem data de vencimento, que é 2014. Pode haver uma expansão até 2016, por conta das Olimpíadas, mas volto a ressaltar: o evento é mobilizador e acelerador de processos.Das 12 subsedes da Copa, quais devem gerar mais negócios?Existe um cronograma de investimentos públicos que beneficiam a todas elas.
Os valores vão variar, logicamente, em função dos planejamentos e dos programas que estão definidos. Algumas delas, que já têm boas estruturas, vão aperfeiçoar estas estruturas; outras vão criar estas estruturas, principalmente na área de mobilidade urbana e na área de infraestrutura.
Todas vão ter benefícios de fluxo de investimento para garantir uma participação efetiva de oportunidade.
Por regiões do país, em específico o Sul, há dados sobre o impacto do evento na construção civil do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul?
Especificamente, no Rio Grande do Sul e no Paraná, que serão subsedes, há uma situação peculiar, pois os dois estados terão arenas privadas.
Além disso, são cidades que já têm uma organização urbana bastante razoável e cujo investimento maior será na mobilidade. Tem também a parte ligada à infraestrutura aéreo-portuária, mas o volume de investimentos estão extremamente direcionados em três grandes vetores: infraestrutura; mobilidade urbana e serviços em geral. Esta última parte alcança o turismo, que num determinado período, principalmente durante o evento, vai ter um efeito muito significativo.
O Sebrae prepara seminários para que essas empresas possam saber aproveitar as oportunidades geradas pela Copa? Que seminários são esses?
Começamos no ano passado um processo de divulgação em algumas cidades.
A partir deste mês de maio, vamos começar um programa de doze eventos que vão exatamente colocar em prática o programa e os seus principais efeitos, que visam a busca da convergência dos interesses dos ofertantes e das demandas decorrentes destas oportunidades.
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” revela o quanto de emprego será criado e quais as especialidades que serão mais procuradas pelo setor da construção civil?O que nós temos hoje, em termos de estudo que quantifica emprego, está na ordem de uns três milhões e meio, mais ou menos. Este é um estudo econométrico feito pela Ernest&Young e pela Fundação Getúlio Vargas. Então, eles sinalizam esse volume de empregos, mas na sua grande maioria temporários.
O esforço dos agentes de desenvolvimento do país é fazer com que a maioria destes empregos temporários se torne permanentes.
Dos 9 setores da economia mapeados pelo Sebrae, quais serão os mais beneficiados, além da construção civil?
O turismo vai ser extremamente ativo, assim como a tecnologia de informação, o agronegócio, principalmente no campo de produtos orgânicos, e áreas como madeira e móveis, vestuário, moda, têxtil e confecção. São setores que poderão tirar bom proveito do evento mobilizador que é a Copa do Mundo.
EntrevistadoDival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014CurrículoGraduado em economia, já atuou na Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e hoje ocupa a coordenação do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014Contato: dival.schmidt@sebrae.com.br
Crédito: Bernardo Rebello/Agência Sebrae
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Por: Altair Santos
Recente pesquisa encomendada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) à FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que a construção civil é a mola-mestra dos negócios que já estão sendo gerados em torno da Copa do Mundo de 2014. Para o setor, o evento deve ser visto como mobilizador e acelerador de processos e oportunidades.
Dival Schmidt Filho:
“A construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo.”
É o que revela Dival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014. Ao mesmo tempo, o gestor revela que as empresas precisam estar organizadas para se candidatar às possibilidades de negócios que despontam no país.
As que não estiverem adequadas, avalia o estudo do Sebrae, não terão como competir. Confira na entrevista a seguir como se dará esse processo seletivo:
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” apontou que a Copa do Mundo criará 128 grandes oportunidades para as pequenas empresas da construção civil.
Que oportunidades são essas?São oportunidades vinculadas às várias funções do setor, mas as principais dizem respeito às atividades como canteiros de obras, parte administrativa, fornecimento de alimentação, manutenção e proteção patrimonial.
Tem também as áreas de fiscalização e gerenciamento, ligadas a certificação de qualidade, controle tecnológico de resistência de concreto, auditorias, serviços médicos e de saúde, equipes de proteção, equipamentos tipos EPI’s, meio ambiente, proteção e segurança no trabalho, além das obras civis propriamente ditas, que dizem respeito ao parque de instalações, paisagismo, pavimentação, sinalização e terraplanagem. Incluem-se ainda a parte de projetos, como elaboração e serviços especializados, além da função relacionada a materiais e insumos, que está mais vinculada ao fornecimento à parte comercial da construção civil.
A construção civil é o setor que mais irá se beneficiar do evento?
O estudo mostra com qual fatia ela ficará do total de recursos a serem investidos na Copa?Obviamente é um dos setores que mais se beneficiará, até por que os investimentos estão fortemente vinculados à parte relativa a infraestrutura, mobilidade urbana e arenas desportivas. Então, o conjunto destes investimentos iniciais atinge ao redor de 20 bilhões de reais.
Agora, na própria construção civil o setor de serviços é fortemente beneficiado, assim como o setor de tecnologia da informação.
Mas a construção civil é a mola-mestra, pois hoje ela é o setor mais procurado e mais demandando para a Copa do Mundo, e a partir dela forma-se um encadeamento produtivo, beneficiando outros setores.
Qual a lição de casa que uma pequena empresa da construção civil precisa fazer para estar entre as que irão se beneficiar do evento?Para que estas empresas estejam realmente aptas para participar deste processo de oportunidades elas precisam ter requisitos que as credenciem. Trata-se de um conjunto de processos, tanto na área de gestão como na parte de formalização e de documentação em geral.
Como o foco do evento é fazer uma Copa Verde, empresas que tenham programas voltados à sustentabilidade e com certificações levam vantagem. É fundamental para as empresas que elas comecem o dever de casa identificando e avaliando se têm ou não requisitos para entrar neste jogo.
O estudo do Sebrae preceitua isso, junto com a Fundação Getúlio Vargas, como condição sine qua non para entrada neste processo de oportunidades.
Quem ainda não está estabelecido como empreendedor da construção civil e quer entrar no mercado agora, para aproveitar oportunidades de negócios gerados pela Copa, tem alguma chance de prosperar?O Sebrae tem programas para novos empreendedores, novos entrantes que vislumbrem neste evento mobilizador a oportunidade de desenvolver negócios.
Agora, é importantíssimo ressaltar que a Copa do Mundo é um evento mobilizador, acelerador de processo, é um evento de oportunidades, mas não é a solução para a expansão de negócios.
É preciso que, quando se pense em estabelecer novos negócios para aproveitar oportunidades, se vislumbre também a perspectiva da estratégia do médio e longo prazo para que não haja nenhum processo de frustração.
A Copa tem data de vencimento, que é 2014. Pode haver uma expansão até 2016, por conta das Olimpíadas, mas volto a ressaltar: o evento é mobilizador e acelerador de processos.Das 12 subsedes da Copa, quais devem gerar mais negócios?Existe um cronograma de investimentos públicos que beneficiam a todas elas.
Os valores vão variar, logicamente, em função dos planejamentos e dos programas que estão definidos. Algumas delas, que já têm boas estruturas, vão aperfeiçoar estas estruturas; outras vão criar estas estruturas, principalmente na área de mobilidade urbana e na área de infraestrutura.
Todas vão ter benefícios de fluxo de investimento para garantir uma participação efetiva de oportunidade.
Por regiões do país, em específico o Sul, há dados sobre o impacto do evento na construção civil do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul?
Especificamente, no Rio Grande do Sul e no Paraná, que serão subsedes, há uma situação peculiar, pois os dois estados terão arenas privadas.
Além disso, são cidades que já têm uma organização urbana bastante razoável e cujo investimento maior será na mobilidade. Tem também a parte ligada à infraestrutura aéreo-portuária, mas o volume de investimentos estão extremamente direcionados em três grandes vetores: infraestrutura; mobilidade urbana e serviços em geral. Esta última parte alcança o turismo, que num determinado período, principalmente durante o evento, vai ter um efeito muito significativo.
O Sebrae prepara seminários para que essas empresas possam saber aproveitar as oportunidades geradas pela Copa? Que seminários são esses?
Começamos no ano passado um processo de divulgação em algumas cidades.
A partir deste mês de maio, vamos começar um programa de doze eventos que vão exatamente colocar em prática o programa e os seus principais efeitos, que visam a busca da convergência dos interesses dos ofertantes e das demandas decorrentes destas oportunidades.
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” revela o quanto de emprego será criado e quais as especialidades que serão mais procuradas pelo setor da construção civil?O que nós temos hoje, em termos de estudo que quantifica emprego, está na ordem de uns três milhões e meio, mais ou menos. Este é um estudo econométrico feito pela Ernest&Young e pela Fundação Getúlio Vargas. Então, eles sinalizam esse volume de empregos, mas na sua grande maioria temporários.
O esforço dos agentes de desenvolvimento do país é fazer com que a maioria destes empregos temporários se torne permanentes.
Dos 9 setores da economia mapeados pelo Sebrae, quais serão os mais beneficiados, além da construção civil?
O turismo vai ser extremamente ativo, assim como a tecnologia de informação, o agronegócio, principalmente no campo de produtos orgânicos, e áreas como madeira e móveis, vestuário, moda, têxtil e confecção. São setores que poderão tirar bom proveito do evento mobilizador que é a Copa do Mundo.
EntrevistadoDival Schmidt Filho, coordenador do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014CurrículoGraduado em economia, já atuou na Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e hoje ocupa a coordenação do comitê técnico do Programa Nacional para Atuação do Sistema Sebrae na Copa de 2014Contato: dival.schmidt@sebrae.com.br
Crédito: Bernardo Rebello/Agência Sebrae
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
* O que empresas líderes e inovadoras têm em comum?
Inovação e liderança são conceitos que, intuitivamente, relacionamos facilmente a certas empresas.
Companhias líderes e inovadoras normalmente apresentam um share of mind elevado e criam no cliente a percepção de que a inovação é algo realmente intrínseco ao seu negócio.
Mas que fatores tornam uma empresa líder e associada à inovação? Bem, é preciso inicialmente deixar claro que cada mercado tem sua peculiaridade, porém, é sim possível identificar traços comuns a empresas líderes e inovadoras.
Uma companhia é considerada líder se ocupa a primeira ou segunda posição em seu mercado de atuação. Para ocupar essas colocações, ela precisa, quase que obrigatoriamente, buscar inovação constante.
E, não nos enganemos: para ser forte e bem sucedida, a companhia precisa estar no topo do ranking.
Obviamente, existem empresas que se contentam em ser meras partícipes num determinado mercado, ou então a copiar a inovação trazida por outras, no entanto o que se pretende discutir neste artigo é a liderança.
Grandes empresas são cada vez mais estimuladas a buscar a liderança por um motivo bastante prático: concorrência crescente.
Devido a fatores como a globalização, a disponibilidade de capital de risco - propiciando novos investimentos, fusões e aquisições - e ao acesso mais facilitado à tecnologia, a competição ganha dimensões assustadoras, travando verdadeiras batalhas para que as corporações mantenham ou atinjam posição de liderança. E é aí que a inovação ganha um papel preponderante.
A inovação só terá êxito na busca pela liderança se estiver associada ao poder de escala da empresa e à oferta de custo acessível para o consumidor. Há alguns anos, uma determinada marca de tênis lançou no mercado um modelo que vinha com um chip acoplado e funções de computador.
O objetivo era calcular e ajustar o amortecimento do tênis de acordo com o impacto no solo. Tratou-se, sem dúvida nenhuma, de uma grande inovação, porém o altíssimo custo do produto impediu que ele se tornasse um sucesso de vendas.Outro ponto que empresas líderes e inovadoras têm em comum é a capacidade de definir com clareza o negócio em que estão, conhecendo de que forma a tecnologia poderá obsoletar esse negócio e como se prevenir a isso. Antes do boom das câmeras digitais, havia uma marca que tinha a total liderança na revelação de filmes.
Com a explosão das fotos digitais, essa empresa foi obrigada a perceber que o foco de seu negócio não deveria ser o papel, e sim a imagem, voltando então sua atuação para câmeras digitais e impressão de fotos digitais.Diversificação é também uma questão em que vale a discussão acerca da liderança.
É comum algumas pessoas dizerem que quanto mais uma empresa diversificar seu negócio, mais chances terá de se sair bem. Porém, ao diversificar demais, a companhia perde o foco e, consequentemente, as oportunidades de ser líder. A dica é: escolha uma ou duas coisas para fazer e faça bem feito.
Empresas líderes e inovadoras têm foco de atuação.
Por fim, há uma questão fundamental sem a qual nenhuma empresa consegue ser líder e inovadora: motivação dos funcionários. Sem o engajamento de toda a equipe não haverá sustentação por muito tempo. Empresas que hoje ocupam posição de liderança e inovação estão longe de estar em uma zona de conforto. Manter esse posto só é possível se todo o time vestir a camisa e estiver disposto a jogar junto.
Companhias líderes e inovadoras normalmente apresentam um share of mind elevado e criam no cliente a percepção de que a inovação é algo realmente intrínseco ao seu negócio.
Mas que fatores tornam uma empresa líder e associada à inovação? Bem, é preciso inicialmente deixar claro que cada mercado tem sua peculiaridade, porém, é sim possível identificar traços comuns a empresas líderes e inovadoras.
Uma companhia é considerada líder se ocupa a primeira ou segunda posição em seu mercado de atuação. Para ocupar essas colocações, ela precisa, quase que obrigatoriamente, buscar inovação constante.
E, não nos enganemos: para ser forte e bem sucedida, a companhia precisa estar no topo do ranking.
Obviamente, existem empresas que se contentam em ser meras partícipes num determinado mercado, ou então a copiar a inovação trazida por outras, no entanto o que se pretende discutir neste artigo é a liderança.
Grandes empresas são cada vez mais estimuladas a buscar a liderança por um motivo bastante prático: concorrência crescente.
Devido a fatores como a globalização, a disponibilidade de capital de risco - propiciando novos investimentos, fusões e aquisições - e ao acesso mais facilitado à tecnologia, a competição ganha dimensões assustadoras, travando verdadeiras batalhas para que as corporações mantenham ou atinjam posição de liderança. E é aí que a inovação ganha um papel preponderante.
A inovação só terá êxito na busca pela liderança se estiver associada ao poder de escala da empresa e à oferta de custo acessível para o consumidor. Há alguns anos, uma determinada marca de tênis lançou no mercado um modelo que vinha com um chip acoplado e funções de computador.
O objetivo era calcular e ajustar o amortecimento do tênis de acordo com o impacto no solo. Tratou-se, sem dúvida nenhuma, de uma grande inovação, porém o altíssimo custo do produto impediu que ele se tornasse um sucesso de vendas.Outro ponto que empresas líderes e inovadoras têm em comum é a capacidade de definir com clareza o negócio em que estão, conhecendo de que forma a tecnologia poderá obsoletar esse negócio e como se prevenir a isso. Antes do boom das câmeras digitais, havia uma marca que tinha a total liderança na revelação de filmes.
Com a explosão das fotos digitais, essa empresa foi obrigada a perceber que o foco de seu negócio não deveria ser o papel, e sim a imagem, voltando então sua atuação para câmeras digitais e impressão de fotos digitais.Diversificação é também uma questão em que vale a discussão acerca da liderança.
É comum algumas pessoas dizerem que quanto mais uma empresa diversificar seu negócio, mais chances terá de se sair bem. Porém, ao diversificar demais, a companhia perde o foco e, consequentemente, as oportunidades de ser líder. A dica é: escolha uma ou duas coisas para fazer e faça bem feito.
Empresas líderes e inovadoras têm foco de atuação.
Por fim, há uma questão fundamental sem a qual nenhuma empresa consegue ser líder e inovadora: motivação dos funcionários. Sem o engajamento de toda a equipe não haverá sustentação por muito tempo. Empresas que hoje ocupam posição de liderança e inovação estão longe de estar em uma zona de conforto. Manter esse posto só é possível se todo o time vestir a camisa e estiver disposto a jogar junto.
Empreendendo com a experiência: quando a prática supera a teoria
Não são raros os casos de pequenos e médios empresários que têm sucesso mesmo sem formação universitária, embora muitos deles defendam que, com um curso superior, as coisas poderiam ser mais fáceis
Por Cristina Vílchez
Uma boa ideia de negócio é o principal para empreender. Tendo um projeto em mente e os objetivos claros, o passo seguinte é conseguir o capital suficiente para bancar esse propósito. Entretanto, o que acontece se não há conhecimento suficiente para iniciar um empreendimento?
A cada ano, engenheiros, economistas e outros profissionais com espírito empreendedor enchem as aulas das escolas de negócios para adquirir conhecimentos que lhes permitam aprender a administrar e gerir uma empresa, mas também para se embeberem de ideias novas antes de darem vida a seus projetos.
Entretanto, empreender não se trata apenas de obter formação acadêmica especializada na área. Muitos são os casos de pequenos e médios empresários que somente com vontade e convicção têm desenvolvido negócios exitosos sem nunca terem frequentado uma universidade.
É o caso de Manuel Sarmiento, empresário chileno dono da Sociedade Alvico, empresa dedicada à importação de flores. Ele comenta que aos 19 anos percebeu que queria empreender. Baseando-se nos conhecimentos adquiridos durante a infância, com os negócios da família, decidiu ir mais longe no mundo das flores, e hoje, após 17 anos de esforço e trabalho, dirige e administra uma empresa, e está a cargo de cerca de 50 empregados, que fazem por onde o empreendimento tenha sucesso.
”Ter uma formação é importante, mas, em meu caso, a prática vem me dando os conhecimentos necessários. Com os anos fui aprendendo a administrar o negócio, a tratar os empregados e, finalmente, a seguir empreendendo, diz Sarmiento. E acrescenta: “conheço grandes empresários que com muita formação e títulos acadêmicos já quebraram oito negócios. Assim, não creio que o êxito esteja vinculado à formação acadêmica exclusivamente”.
Viajando por todo o mundo para levar ao Chile as melhores flores e distribuí-las para o restante do país, Sarmiento lida diariamente com organismos internacionais e está à frente da logística de seu próprio negócio. Ele admite: “quando comecei, ainda tentei estudar Engenharia em Administração de Empresas, mas nunca pude terminá-la, porque tinha deveres com meu trabalho e minha família. Eu gostaria de terminar a carreira e poder me dedicar a uma melhor formação profissional, se o tempo me permitir”.
Outro caso parecido é o de Montano López, sócio fundador da empresa Norteam Ltda., empresa dedicada a desenho e fabricação de insumos plásticos para mineração, irrigação, aspersão e peças especiais. Sem formação universitária, o esforço e o compromisso têm feito com que hoje ele dirija uma empresa exitosa e empregue cerca de vinte funcionários.
“Para empreender é preciso um pouco de loucura, o que nos permite correr riscos que, no fim, podem dar grande satisfação, mas também podem ser um fracasso total. Aí precisamos seguir em frente e, às vezes, recomeçar do zero”, explica López.
Entretanto, diferentemente de Sarmiento, López acredita que é necessário ter conhecimentos acadêmicos para lançar-se com uma ideia de negócio. “Mesmo que a experiência seja importante, sempre vai ser mais difícil abrir e organizar uma empresa sem estudos. Eu gostaria muito de ter um curso superior, mas, desafortunadamente, não tive a oportunidade. A formação universitária dá uma capacidade intelectual distinta. Não me refiro a conhecimentos, mas a estrutura e métodos para empregar, que fazem muita falta na hora de aplicar o que se aprende no caminho”.
López destaca que o primordial para ser empresário é ter capacidade de gestão. “Se não a tem, tem que conseguir alguém que a tenha. Se aos estudos você soma a capacidade de gestão, a mescla é perfeita. Sem estudos e capacidade de gestão, a mescla ainda é boa. Mas quando se tem estudos sem capacidade de gestão, não há nada a fazer”, diz.
O empresário Montano López assegura que, junto com seu sócio, Pedro Noriega, está convencido de que fizeram um bom trabalho. “Criamos laços com nossos clientes e parceiros, no sentido de que muitas vezes fabricamos para eles os produtos como eles querem, oferecemos preços competitivos, temos pós-venda com constantes visitas, capacitamos seu pessoal e sempre estamos à disposição quando precisam”, explica.
Latino americano self-made em Nova York
Reconhecido é também o caso de Luis Martínez, conhecido como “O Cobaia”, um empreendedor chileno que chegou a Nova York com ânimo para ganhar dinheiro e se converteu em um empresário de sucesso. Seu amor por amendoim confeitado lhe levou a alugar um carrinho e vender esse típico produto chileno nas ruas de Manhattan. “Ninguém acreditava em meu negócio, nem mesmo o dono do carrinho, e eu superei todos os obstáculos”, lembra. Sem documentos e sem dominar o inglês, o vendedor teve que trabalhar duro para ganhar dos seus ferozes concorrentes.
Desde outubro de 1991, com entusiasmo e perseverança, conseguiu transformar-se em um grande vendedor, superando as limitações do idioma com sua personalidade extrovertida. Cada dia batia o recorde de dinheiro arrecadado no dia anterior. Já em 2000, “O Cobaia” não só tinha 15 carros de vendas em Nova York e empregava 20 chilenos, como também se dava ao luxo de vender e arrendar pontos que ele mesmo conquistou.
Valor agregado
Gabriel Hidalgo, gerente geral de Octantis, fomentadora de negócios da Universidade Adolfo Ibanez (Chile), explica que a geração de empresários consolidados na região (América Latina) conta com números nobres, sobretudo imigrantes, que adquiriram experiência justamente porque deixaram seus países “para iniciar, com esforço e do zero, uma nova vida neste continente”. A favor disso, o especialista destaca que, para empreender é extremamente importante ter educação superior, já que, em termos estatísticos, essa seria a única variável que se correlacionaria com o êxito. “Um engenheiro ou técnico pode elaborar uma oferta sofisticada com mais valor agregado, diferenciação ou inovação, e tem uma probabilidade maior de ter êxito na hora de empreender”, diz.
Hidalgo afirma que, na América Latina, a maioria dos pequenos e médios empresários que encabeçam os empreendimentos tem educação técnica, universitária e, inclusive, pós-graduação, ainda que, nesse caso, seja um percentual menor. De toda forma, ele salienta que a cada dia tem-se conhecimento de mais empreendedores orientados à ação, “que não fazem um plano e partem logo para um negócio, embora mais bem organizados e orquestradores de compromissos e recursos, mais conseqüentes que causais”.
“Amar Bhide, acadêmico da Harvard Business School, diz em um de seus artigos: ‘fogo-disparem-apontem’. Nisso, a formação pode ser muito diversa, e não necessariamente em negócios. À medida que o processo for permitindo fazer uma empresa ter sucesso, a iniciativa precisará passar de muita força e intuição a algo mais organizado e profissional”, acrescenta o acadêmico chileno.
Por fim, ainda que os especialistas em geral concordem sobre a importância de se ter uma formação adequada antes de iniciar um negócio, é importante lembrar que o primordial para um empreendedor será mesmo estar decidido e disposto a correr riscos. Empreender é uma loteria que depende de muitos fatores. Entretanto, sem dúvidas, os conhecimentos em gestão ou administração de empresas serão valores mais que agregados para alcançar o sucesso.
Por Cristina Vílchez
Uma boa ideia de negócio é o principal para empreender. Tendo um projeto em mente e os objetivos claros, o passo seguinte é conseguir o capital suficiente para bancar esse propósito. Entretanto, o que acontece se não há conhecimento suficiente para iniciar um empreendimento?
A cada ano, engenheiros, economistas e outros profissionais com espírito empreendedor enchem as aulas das escolas de negócios para adquirir conhecimentos que lhes permitam aprender a administrar e gerir uma empresa, mas também para se embeberem de ideias novas antes de darem vida a seus projetos.
Entretanto, empreender não se trata apenas de obter formação acadêmica especializada na área. Muitos são os casos de pequenos e médios empresários que somente com vontade e convicção têm desenvolvido negócios exitosos sem nunca terem frequentado uma universidade.
É o caso de Manuel Sarmiento, empresário chileno dono da Sociedade Alvico, empresa dedicada à importação de flores. Ele comenta que aos 19 anos percebeu que queria empreender. Baseando-se nos conhecimentos adquiridos durante a infância, com os negócios da família, decidiu ir mais longe no mundo das flores, e hoje, após 17 anos de esforço e trabalho, dirige e administra uma empresa, e está a cargo de cerca de 50 empregados, que fazem por onde o empreendimento tenha sucesso.
”Ter uma formação é importante, mas, em meu caso, a prática vem me dando os conhecimentos necessários. Com os anos fui aprendendo a administrar o negócio, a tratar os empregados e, finalmente, a seguir empreendendo, diz Sarmiento. E acrescenta: “conheço grandes empresários que com muita formação e títulos acadêmicos já quebraram oito negócios. Assim, não creio que o êxito esteja vinculado à formação acadêmica exclusivamente”.
Viajando por todo o mundo para levar ao Chile as melhores flores e distribuí-las para o restante do país, Sarmiento lida diariamente com organismos internacionais e está à frente da logística de seu próprio negócio. Ele admite: “quando comecei, ainda tentei estudar Engenharia em Administração de Empresas, mas nunca pude terminá-la, porque tinha deveres com meu trabalho e minha família. Eu gostaria de terminar a carreira e poder me dedicar a uma melhor formação profissional, se o tempo me permitir”.
Outro caso parecido é o de Montano López, sócio fundador da empresa Norteam Ltda., empresa dedicada a desenho e fabricação de insumos plásticos para mineração, irrigação, aspersão e peças especiais. Sem formação universitária, o esforço e o compromisso têm feito com que hoje ele dirija uma empresa exitosa e empregue cerca de vinte funcionários.
“Para empreender é preciso um pouco de loucura, o que nos permite correr riscos que, no fim, podem dar grande satisfação, mas também podem ser um fracasso total. Aí precisamos seguir em frente e, às vezes, recomeçar do zero”, explica López.
Entretanto, diferentemente de Sarmiento, López acredita que é necessário ter conhecimentos acadêmicos para lançar-se com uma ideia de negócio. “Mesmo que a experiência seja importante, sempre vai ser mais difícil abrir e organizar uma empresa sem estudos. Eu gostaria muito de ter um curso superior, mas, desafortunadamente, não tive a oportunidade. A formação universitária dá uma capacidade intelectual distinta. Não me refiro a conhecimentos, mas a estrutura e métodos para empregar, que fazem muita falta na hora de aplicar o que se aprende no caminho”.
López destaca que o primordial para ser empresário é ter capacidade de gestão. “Se não a tem, tem que conseguir alguém que a tenha. Se aos estudos você soma a capacidade de gestão, a mescla é perfeita. Sem estudos e capacidade de gestão, a mescla ainda é boa. Mas quando se tem estudos sem capacidade de gestão, não há nada a fazer”, diz.
O empresário Montano López assegura que, junto com seu sócio, Pedro Noriega, está convencido de que fizeram um bom trabalho. “Criamos laços com nossos clientes e parceiros, no sentido de que muitas vezes fabricamos para eles os produtos como eles querem, oferecemos preços competitivos, temos pós-venda com constantes visitas, capacitamos seu pessoal e sempre estamos à disposição quando precisam”, explica.
Latino americano self-made em Nova York
Reconhecido é também o caso de Luis Martínez, conhecido como “O Cobaia”, um empreendedor chileno que chegou a Nova York com ânimo para ganhar dinheiro e se converteu em um empresário de sucesso. Seu amor por amendoim confeitado lhe levou a alugar um carrinho e vender esse típico produto chileno nas ruas de Manhattan. “Ninguém acreditava em meu negócio, nem mesmo o dono do carrinho, e eu superei todos os obstáculos”, lembra. Sem documentos e sem dominar o inglês, o vendedor teve que trabalhar duro para ganhar dos seus ferozes concorrentes.
Desde outubro de 1991, com entusiasmo e perseverança, conseguiu transformar-se em um grande vendedor, superando as limitações do idioma com sua personalidade extrovertida. Cada dia batia o recorde de dinheiro arrecadado no dia anterior. Já em 2000, “O Cobaia” não só tinha 15 carros de vendas em Nova York e empregava 20 chilenos, como também se dava ao luxo de vender e arrendar pontos que ele mesmo conquistou.
Valor agregado
Gabriel Hidalgo, gerente geral de Octantis, fomentadora de negócios da Universidade Adolfo Ibanez (Chile), explica que a geração de empresários consolidados na região (América Latina) conta com números nobres, sobretudo imigrantes, que adquiriram experiência justamente porque deixaram seus países “para iniciar, com esforço e do zero, uma nova vida neste continente”. A favor disso, o especialista destaca que, para empreender é extremamente importante ter educação superior, já que, em termos estatísticos, essa seria a única variável que se correlacionaria com o êxito. “Um engenheiro ou técnico pode elaborar uma oferta sofisticada com mais valor agregado, diferenciação ou inovação, e tem uma probabilidade maior de ter êxito na hora de empreender”, diz.
Hidalgo afirma que, na América Latina, a maioria dos pequenos e médios empresários que encabeçam os empreendimentos tem educação técnica, universitária e, inclusive, pós-graduação, ainda que, nesse caso, seja um percentual menor. De toda forma, ele salienta que a cada dia tem-se conhecimento de mais empreendedores orientados à ação, “que não fazem um plano e partem logo para um negócio, embora mais bem organizados e orquestradores de compromissos e recursos, mais conseqüentes que causais”.
“Amar Bhide, acadêmico da Harvard Business School, diz em um de seus artigos: ‘fogo-disparem-apontem’. Nisso, a formação pode ser muito diversa, e não necessariamente em negócios. À medida que o processo for permitindo fazer uma empresa ter sucesso, a iniciativa precisará passar de muita força e intuição a algo mais organizado e profissional”, acrescenta o acadêmico chileno.
Por fim, ainda que os especialistas em geral concordem sobre a importância de se ter uma formação adequada antes de iniciar um negócio, é importante lembrar que o primordial para um empreendedor será mesmo estar decidido e disposto a correr riscos. Empreender é uma loteria que depende de muitos fatores. Entretanto, sem dúvidas, os conhecimentos em gestão ou administração de empresas serão valores mais que agregados para alcançar o sucesso.
Cristina Vílchez
* Empreendendo com a experiência: quando a prática supera a teoria
Não são raros os casos de pequenos e médios empresários que têm sucesso mesmo sem formação universitária, embora muitos deles defendam que, com um curso superior, as coisas poderiam ser mais fáceis
Por Cristina Vílchez
Uma boa ideia de negócio é o principal para empreender. Tendo um projeto em mente e os objetivos claros, o passo seguinte é conseguir o capital suficiente para bancar esse propósito. Entretanto, o que acontece se não há conhecimento suficiente para iniciar um empreendimento?
A cada ano, engenheiros, economistas e outros profissionais com espírito empreendedor enchem as aulas das escolas de negócios para adquirir conhecimentos que lhes permitam aprender a administrar e gerir uma empresa, mas também para se embeberem de ideias novas antes de darem vida a seus projetos.
Entretanto, empreender não se trata apenas de obter formação acadêmica especializada na área.
Muitos são os casos de pequenos e médios empresários que somente com vontade e convicção têm desenvolvido negócios exitosos sem nunca terem frequentado uma universidade.
É o caso de Manuel Sarmiento, empresário chileno dono da Sociedade Alvico, empresa dedicada à importação de flores. Ele comenta que aos 19 anos percebeu que queria empreender. Baseando-se nos conhecimentos adquiridos durante a infância, com os negócios da família, decidiu ir mais longe no mundo das flores, e hoje, após 17 anos de esforço e trabalho, dirige e administra uma empresa, e está a cargo de cerca de 50 empregados, que fazem por onde o empreendimento tenha sucesso.
”Ter uma formação é importante, mas, em meu caso, a prática vem me dando os conhecimentos necessários. Com os anos fui aprendendo a administrar o negócio, a tratar os empregados e, finalmente, a seguir empreendendo, diz Sarmiento. E acrescenta: “conheço grandes empresários que com muita formação e títulos acadêmicos já quebraram oito negócios. Assim, não creio que o êxito esteja vinculado à formação acadêmica exclusivamente”.
Viajando por todo o mundo para levar ao Chile as melhores flores e distribuí-las para o restante do país, Sarmiento lida diariamente com organismos internacionais e está à frente da logística de seu próprio negócio. Ele admite: “quando comecei, ainda tentei estudar Engenharia em Administração de Empresas, mas nunca pude terminá-la, porque tinha deveres com meu trabalho e minha família. Eu gostaria de terminar a carreira e poder me dedicar a uma melhor formação profissional, se o tempo me permitir”.
Outro caso parecido é o de Montano López, sócio fundador da empresa Norteam Ltda., empresa dedicada a desenho e fabricação de insumos plásticos para mineração, irrigação, aspersão e peças especiais. Sem formação universitária, o esforço e o compromisso têm feito com que hoje ele dirija uma empresa exitosa e empregue cerca de vinte funcionários. “Para empreender é preciso um pouco de loucura, o que nos permite correr riscos que, no fim, podem dar grande satisfação, mas também podem ser um fracasso total. Aí precisamos seguir em frente e, às vezes, recomeçar do zero”, explica López.
Entretanto, diferentemente de Sarmiento, López acredita que é necessário ter conhecimentos acadêmicos para lançar-se com uma ideia de negócio. “Mesmo que a experiência seja importante, sempre vai ser mais difícil abrir e organizar uma empresa sem estudos. Eu gostaria muito de ter um curso superior, mas, desafortunadamente, não tive a oportunidade. A formação universitária dá uma capacidade intelectual distinta. Não me refiro a conhecimentos, mas a estrutura e métodos para empregar, que fazem muita falta na hora de aplicar o que se aprende no caminho”. López destaca que o primordial para ser empresário é ter capacidade de gestão. “Se não a tem, tem que conseguir alguém que a tenha. Se aos estudos você soma a capacidade de gestão, a mescla é perfeita. Sem estudos e capacidade de gestão, a mescla ainda é boa. Mas quando se tem estudos sem capacidade de gestão, não há nada a fazer”, diz.
O empresário Montano López assegura que, junto com seu sócio, Pedro Noriega, está convencido de que fizeram um bom trabalho. “Criamos laços com nossos clientes e parceiros, no sentido de que muitas vezes fabricamos para eles os produtos como eles querem, oferecemos preços competitivos, temos pós-venda com constantes visitas, capacitamos seu pessoal e sempre estamos à disposição quando precisam”, explica.
Latino americano self-made em Nova York
Reconhecido é também o caso de Luis Martínez, conhecido como “O Cobaia”, um empreendedor chileno que chegou a Nova York com ânimo para ganhar dinheiro e se converteu em um empresário de sucesso. Seu amor por amendoim confeitado lhe levou a alugar um carrinho e vender esse típico produto chileno nas ruas de Manhattan. “Ninguém acreditava em meu negócio, nem mesmo o dono do carrinho, e eu superei todos os obstáculos”, lembra. Sem documentos e sem dominar o inglês, o vendedor teve que trabalhar duro para ganhar dos seus ferozes concorrentes.
Desde outubro de 1991, com entusiasmo e perseverança, conseguiu transformar-se em um grande vendedor, superando as limitações do idioma com sua personalidade extrovertida. Cada dia batia o recorde de dinheiro arrecadado no dia anterior. Já em 2000, “O Cobaia” não só tinha 15 carros de vendas em Nova York e empregava 20 chilenos, como também se dava ao luxo de vender e arrendar pontos que ele mesmo conquistou.
Valor agregado
Gabriel Hidalgo, gerente geral de Octantis, fomentadora de negócios da Universidade Adolfo Ibanez (Chile), explica que a geração de empresários consolidados na região (América Latina) conta com números nobres, sobretudo imigrantes, que adquiriram experiência justamente porque deixaram seus países “para iniciar, com esforço e do zero, uma nova vida neste continente”. A favor disso, o especialista destaca que, para empreender é extremamente importante ter educação superior, já que, em termos estatísticos, essa seria a única variável que se correlacionaria com o êxito. “Um engenheiro ou técnico pode elaborar uma oferta sofisticada com mais valor agregado, diferenciação ou inovação, e tem uma probabilidade maior de ter êxito na hora de empreender”, diz.
Hidalgo afirma que, na América Latina, a maioria dos pequenos e médios empresários que encabeçam os empreendimentos tem educação técnica, universitária e, inclusive, pós-graduação, ainda que, nesse caso, seja um percentual menor. De toda forma, ele salienta que a cada dia tem-se conhecimento de mais empreendedores orientados à ação, “que não fazem um plano e partem logo para um negócio, embora mais bem organizados e orquestradores de compromissos e recursos, mais conseqüentes que causais”.
“Amar Bhide, acadêmico da Harvard Business School, diz em um de seus artigos: ‘fogo-disparem-apontem’. Nisso, a formação pode ser muito diversa, e não necessariamente em negócios. À medida que o processo for permitindo fazer uma empresa ter sucesso, a iniciativa precisará passar de muita força e intuição a algo mais organizado e profissional”, acrescenta o acadêmico chileno.
Por fim, ainda que os especialistas em geral concordem sobre a importância de se ter uma formação adequada antes de iniciar um negócio, é importante lembrar que o primordial para um empreendedor será mesmo estar decidido e disposto a correr riscos. Empreender é uma loteria que depende de muitos fatores. Entretanto, sem dúvidas, os conhecimentos em gestão ou administração de empresas serão valores mais que agregados para alcançar o sucesso.
Cristina Vílchez
Por Cristina Vílchez
Uma boa ideia de negócio é o principal para empreender. Tendo um projeto em mente e os objetivos claros, o passo seguinte é conseguir o capital suficiente para bancar esse propósito. Entretanto, o que acontece se não há conhecimento suficiente para iniciar um empreendimento?
A cada ano, engenheiros, economistas e outros profissionais com espírito empreendedor enchem as aulas das escolas de negócios para adquirir conhecimentos que lhes permitam aprender a administrar e gerir uma empresa, mas também para se embeberem de ideias novas antes de darem vida a seus projetos.
Entretanto, empreender não se trata apenas de obter formação acadêmica especializada na área.
Muitos são os casos de pequenos e médios empresários que somente com vontade e convicção têm desenvolvido negócios exitosos sem nunca terem frequentado uma universidade.
É o caso de Manuel Sarmiento, empresário chileno dono da Sociedade Alvico, empresa dedicada à importação de flores. Ele comenta que aos 19 anos percebeu que queria empreender. Baseando-se nos conhecimentos adquiridos durante a infância, com os negócios da família, decidiu ir mais longe no mundo das flores, e hoje, após 17 anos de esforço e trabalho, dirige e administra uma empresa, e está a cargo de cerca de 50 empregados, que fazem por onde o empreendimento tenha sucesso.
”Ter uma formação é importante, mas, em meu caso, a prática vem me dando os conhecimentos necessários. Com os anos fui aprendendo a administrar o negócio, a tratar os empregados e, finalmente, a seguir empreendendo, diz Sarmiento. E acrescenta: “conheço grandes empresários que com muita formação e títulos acadêmicos já quebraram oito negócios. Assim, não creio que o êxito esteja vinculado à formação acadêmica exclusivamente”.
Viajando por todo o mundo para levar ao Chile as melhores flores e distribuí-las para o restante do país, Sarmiento lida diariamente com organismos internacionais e está à frente da logística de seu próprio negócio. Ele admite: “quando comecei, ainda tentei estudar Engenharia em Administração de Empresas, mas nunca pude terminá-la, porque tinha deveres com meu trabalho e minha família. Eu gostaria de terminar a carreira e poder me dedicar a uma melhor formação profissional, se o tempo me permitir”.
Outro caso parecido é o de Montano López, sócio fundador da empresa Norteam Ltda., empresa dedicada a desenho e fabricação de insumos plásticos para mineração, irrigação, aspersão e peças especiais. Sem formação universitária, o esforço e o compromisso têm feito com que hoje ele dirija uma empresa exitosa e empregue cerca de vinte funcionários. “Para empreender é preciso um pouco de loucura, o que nos permite correr riscos que, no fim, podem dar grande satisfação, mas também podem ser um fracasso total. Aí precisamos seguir em frente e, às vezes, recomeçar do zero”, explica López.
Entretanto, diferentemente de Sarmiento, López acredita que é necessário ter conhecimentos acadêmicos para lançar-se com uma ideia de negócio. “Mesmo que a experiência seja importante, sempre vai ser mais difícil abrir e organizar uma empresa sem estudos. Eu gostaria muito de ter um curso superior, mas, desafortunadamente, não tive a oportunidade. A formação universitária dá uma capacidade intelectual distinta. Não me refiro a conhecimentos, mas a estrutura e métodos para empregar, que fazem muita falta na hora de aplicar o que se aprende no caminho”. López destaca que o primordial para ser empresário é ter capacidade de gestão. “Se não a tem, tem que conseguir alguém que a tenha. Se aos estudos você soma a capacidade de gestão, a mescla é perfeita. Sem estudos e capacidade de gestão, a mescla ainda é boa. Mas quando se tem estudos sem capacidade de gestão, não há nada a fazer”, diz.
O empresário Montano López assegura que, junto com seu sócio, Pedro Noriega, está convencido de que fizeram um bom trabalho. “Criamos laços com nossos clientes e parceiros, no sentido de que muitas vezes fabricamos para eles os produtos como eles querem, oferecemos preços competitivos, temos pós-venda com constantes visitas, capacitamos seu pessoal e sempre estamos à disposição quando precisam”, explica.
Latino americano self-made em Nova York
Reconhecido é também o caso de Luis Martínez, conhecido como “O Cobaia”, um empreendedor chileno que chegou a Nova York com ânimo para ganhar dinheiro e se converteu em um empresário de sucesso. Seu amor por amendoim confeitado lhe levou a alugar um carrinho e vender esse típico produto chileno nas ruas de Manhattan. “Ninguém acreditava em meu negócio, nem mesmo o dono do carrinho, e eu superei todos os obstáculos”, lembra. Sem documentos e sem dominar o inglês, o vendedor teve que trabalhar duro para ganhar dos seus ferozes concorrentes.
Desde outubro de 1991, com entusiasmo e perseverança, conseguiu transformar-se em um grande vendedor, superando as limitações do idioma com sua personalidade extrovertida. Cada dia batia o recorde de dinheiro arrecadado no dia anterior. Já em 2000, “O Cobaia” não só tinha 15 carros de vendas em Nova York e empregava 20 chilenos, como também se dava ao luxo de vender e arrendar pontos que ele mesmo conquistou.
Valor agregado
Gabriel Hidalgo, gerente geral de Octantis, fomentadora de negócios da Universidade Adolfo Ibanez (Chile), explica que a geração de empresários consolidados na região (América Latina) conta com números nobres, sobretudo imigrantes, que adquiriram experiência justamente porque deixaram seus países “para iniciar, com esforço e do zero, uma nova vida neste continente”. A favor disso, o especialista destaca que, para empreender é extremamente importante ter educação superior, já que, em termos estatísticos, essa seria a única variável que se correlacionaria com o êxito. “Um engenheiro ou técnico pode elaborar uma oferta sofisticada com mais valor agregado, diferenciação ou inovação, e tem uma probabilidade maior de ter êxito na hora de empreender”, diz.
Hidalgo afirma que, na América Latina, a maioria dos pequenos e médios empresários que encabeçam os empreendimentos tem educação técnica, universitária e, inclusive, pós-graduação, ainda que, nesse caso, seja um percentual menor. De toda forma, ele salienta que a cada dia tem-se conhecimento de mais empreendedores orientados à ação, “que não fazem um plano e partem logo para um negócio, embora mais bem organizados e orquestradores de compromissos e recursos, mais conseqüentes que causais”.
“Amar Bhide, acadêmico da Harvard Business School, diz em um de seus artigos: ‘fogo-disparem-apontem’. Nisso, a formação pode ser muito diversa, e não necessariamente em negócios. À medida que o processo for permitindo fazer uma empresa ter sucesso, a iniciativa precisará passar de muita força e intuição a algo mais organizado e profissional”, acrescenta o acadêmico chileno.
Por fim, ainda que os especialistas em geral concordem sobre a importância de se ter uma formação adequada antes de iniciar um negócio, é importante lembrar que o primordial para um empreendedor será mesmo estar decidido e disposto a correr riscos. Empreender é uma loteria que depende de muitos fatores. Entretanto, sem dúvidas, os conhecimentos em gestão ou administração de empresas serão valores mais que agregados para alcançar o sucesso.
Cristina Vílchez
* Paixão é o que leva negócio ao sucesso
Ronald Degen, um dos responsáveis por difundir o empreendedorismo no Brasil, fala da importância da paixão para o sucesso do negócio, da melhor idade para começar a empreender, da frustração que uma franquia pode causar e como iniciar sem dinheiroPor Ana Cristina Dib
Ronald Degen: "Vida de empreendedor não é para qualquer um"
O engenheiro e empresário Ronald Degen é um dos principais responsáveis por difundir o empreendedorismo no Brasil. Na década de 1980, ministrou na Fundação Getulio Vargas o primeiro curso no país sobre o tema. O sucesso nas salas de aula o fez, anos mais tarde, lançar o livro, O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial (Editora Pearson, preço 106,20). A obra se tornou best-seller e é até hoje referência nas escolas de administração. Recentemente, publicou O empreendedor: empreender como opção de carreira (Editora Pearson, R$ 79), guia que ensina a montar um negócio próprio, vencer dificuldades, administrar riscos e alcançar o sucesso. Em entrevista concedida à Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Degen desconstrói mitos e afirma que a crise econômica é o momento ideal para abrir uma empresa.
O que leva as pessoas a empreender?As motivações são diversas. Não depender do emprego, não ter que se subordinar a chefes, além de ganhar dinheiro.
Empreendedores de sucesso têm um perfil diferente daqueles que não vêem o empreendedorismo como opção de carreira?Isso é um mito. Na verdade, o que percebo é que os empreendedores de sucesso, assim como pessoas bem-sucedidas que trabalham em outras áreas, têm um descontentamento nato que os ajuda a se destacar do resto. Eles não se conformam com o mundo e tentam adaptá-lo a si. Além disso, possuem grande necessidade de fazer acontecer e não medem esforços para alcançar o sucesso. Vida de empreendedor não é para qualquer um. Pelo menos no início, são no mínimo dez horas de trabalho diário, sete dias por semana.
A crise é um bom momento para abrir uma empresa?Com certeza. Em geral, as pessoas estão acostumadas com determinado padrão de consumo que é difícil ser quebrado. Compram sempre a mesma pasta de dente, frequentam os mesmos restaurantes, vão as mesmas lojas. É muito difícil convencê-las a experimentar algo novo. Porém, em momentos como o atual, elas repensam os modelos de consumo e ficam mais abertas a novidades porque precisam economizar. A crise é uma ameaça ao estabelecido. É a oportunidade para o novo.
Existe idade certa para se tornar empreendedor?O período universitário, dos 18 aos 25 anos, é o ideal. Nessa fase o jovem pode assumir riscos, pode experimentar. Ainda não possui responsabilidade com filhos, com despesas elevadas e pode recorrer à ajuda dos pais. Se o negócio não der certo, ele ainda tem a chance de recolocar-se no mercado de trabalho. A maioria das empresas valoriza funcionários que já tiveram um negócio próprio na juventude. Outra possibilidade, é virar empresário depois da aposentadoria. Nessa fase da vida, muita gente que não suporta a ideia de parar de trabalhar monta uma empresa. Como já tem renda garantida, o negócio vira uma maneira de preencher o tempo, conhecer pessoas, se divertir.
Teoricamente, devido à experiência no mundo empresarial, as chances de um grande executivo tornar-se dono da própria empresa são maiores. Porém, não é o que se observa na prática. Por quê?As estatísticas mostram que muitos executivos quando tentam abrir uma empresa não se adaptam a estrutura do pequeno negócio.
Nenhuma empresa nasce grande, é preciso crescer aos poucos para ter um desenvolvimento sólido. Conheço casos de executivos de renome que trabalhavam em multinacionais e decidiram pedir demissão para ser empresários. Eles compraram o escritório e contrataram a secretária antes mesmo de saber o que iam fazer. Como não houve um plano de negócio, perderam dinheiro logo de cara. Também há executivos que têm capital, desejam ter um empreendimento e estão sempre de olho nas oportunidades, mas não querem largar o emprego formal. Nesse caso, eles se tornam o que chamamos de investidores anjos, ou seja, investem capital e tornam-se sócios em empreendimentos. Encontrar um investidor anjo é o caminho ideal para jovens empreendedores.
Ronald Degen: "Vida de empreendedor não é para qualquer um"
O engenheiro e empresário Ronald Degen é um dos principais responsáveis por difundir o empreendedorismo no Brasil. Na década de 1980, ministrou na Fundação Getulio Vargas o primeiro curso no país sobre o tema. O sucesso nas salas de aula o fez, anos mais tarde, lançar o livro, O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial (Editora Pearson, preço 106,20). A obra se tornou best-seller e é até hoje referência nas escolas de administração. Recentemente, publicou O empreendedor: empreender como opção de carreira (Editora Pearson, R$ 79), guia que ensina a montar um negócio próprio, vencer dificuldades, administrar riscos e alcançar o sucesso. Em entrevista concedida à Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Degen desconstrói mitos e afirma que a crise econômica é o momento ideal para abrir uma empresa.
O que leva as pessoas a empreender?As motivações são diversas. Não depender do emprego, não ter que se subordinar a chefes, além de ganhar dinheiro.
Empreendedores de sucesso têm um perfil diferente daqueles que não vêem o empreendedorismo como opção de carreira?Isso é um mito. Na verdade, o que percebo é que os empreendedores de sucesso, assim como pessoas bem-sucedidas que trabalham em outras áreas, têm um descontentamento nato que os ajuda a se destacar do resto. Eles não se conformam com o mundo e tentam adaptá-lo a si. Além disso, possuem grande necessidade de fazer acontecer e não medem esforços para alcançar o sucesso. Vida de empreendedor não é para qualquer um. Pelo menos no início, são no mínimo dez horas de trabalho diário, sete dias por semana.
A crise é um bom momento para abrir uma empresa?Com certeza. Em geral, as pessoas estão acostumadas com determinado padrão de consumo que é difícil ser quebrado. Compram sempre a mesma pasta de dente, frequentam os mesmos restaurantes, vão as mesmas lojas. É muito difícil convencê-las a experimentar algo novo. Porém, em momentos como o atual, elas repensam os modelos de consumo e ficam mais abertas a novidades porque precisam economizar. A crise é uma ameaça ao estabelecido. É a oportunidade para o novo.
Existe idade certa para se tornar empreendedor?O período universitário, dos 18 aos 25 anos, é o ideal. Nessa fase o jovem pode assumir riscos, pode experimentar. Ainda não possui responsabilidade com filhos, com despesas elevadas e pode recorrer à ajuda dos pais. Se o negócio não der certo, ele ainda tem a chance de recolocar-se no mercado de trabalho. A maioria das empresas valoriza funcionários que já tiveram um negócio próprio na juventude. Outra possibilidade, é virar empresário depois da aposentadoria. Nessa fase da vida, muita gente que não suporta a ideia de parar de trabalhar monta uma empresa. Como já tem renda garantida, o negócio vira uma maneira de preencher o tempo, conhecer pessoas, se divertir.
Teoricamente, devido à experiência no mundo empresarial, as chances de um grande executivo tornar-se dono da própria empresa são maiores. Porém, não é o que se observa na prática. Por quê?As estatísticas mostram que muitos executivos quando tentam abrir uma empresa não se adaptam a estrutura do pequeno negócio.
Nenhuma empresa nasce grande, é preciso crescer aos poucos para ter um desenvolvimento sólido. Conheço casos de executivos de renome que trabalhavam em multinacionais e decidiram pedir demissão para ser empresários. Eles compraram o escritório e contrataram a secretária antes mesmo de saber o que iam fazer. Como não houve um plano de negócio, perderam dinheiro logo de cara. Também há executivos que têm capital, desejam ter um empreendimento e estão sempre de olho nas oportunidades, mas não querem largar o emprego formal. Nesse caso, eles se tornam o que chamamos de investidores anjos, ou seja, investem capital e tornam-se sócios em empreendimentos. Encontrar um investidor anjo é o caminho ideal para jovens empreendedores.
* O produto e seus significados
Projetar produtos é uma atividade que compreende o planejamento e a concepção de artefatos. Sobre esta definição, Denis (1998, p. 19) comenta que “do ponto de vista antropológico, o design é uma entre diversas atividades projetuais, tais como as artes, o artesanato, a arquitetura, a engenharia e outras que visam a objetivação no seu sentido estrito, ou seja, dar existência concreta e autônoma a idéias subjetivas”. Este autor defende o uso da palavra artefato como resultado do processo de design, pois este termo “... se refere especificamente aos objetos produzidos pelo trabalho humano, em contraposição aos objetos naturais ou acidentais”.
O conjunto de artefatos produzidos e utilizados por um determinado grupo social pode ser caracterizado como sua “cultura material” (Denis, 1998). O papel dos artefatos como elementos dessa cultura material vai além do cumprimento de requisitos funcionais e técnicos, pois envolve componentes simbólicos, psicológicos e afetivos que, por sua vez, não possuem significados fixos ou únicos:
O significado do artefato para o usuário não se reduz ao seu funcionamento e seria mais adequado falar de ‘funções’ do objeto do que de ‘função’, principalmente no que diz respeito à sua inserção em um sistema de produção, circulação e consumo de mercadorias. Se a única função do relógio é a de mostrar a hora, então como distinguir, em termos de funcionalidade, o despertador do relógio de rua, o analógico do digital, o Rolex do Swatch?
Evidentemente, entram em consideração uma série de outras ‘funções’, dentre as quais podemos destacar o contexto de uso, a comodidade, o conforto, o gosto, o prazer, a inserção social e a distinção (Denis, 1998, p. 31).
De acordo com Denis (1998, p. 33, grifos do autor), os artefatos possuem diversos níveis de significados, sendo alguns universais e inerentes: como exemplo ele cita as garrafas, que são feitas para guardar líquidos, e alguns pessoais e volúveis: como o uso de uma determinada garrafa para guardar uma bebida preferida. De qualquer modo, todos os significados que o artefato adquire resultam da intencionalidade humana.
O autor defende que existem duas maneiras básicas de inserir significados aos artefatos: “a atribuição e a apropriação os quais correspondem em linhas gerais aos processos paralelos de produção/distribuição e consumo/uso”. Os significados atribuídos durante a produção e a distribuição, geralmente correspondem à categoria dos universais e inerentes, enquanto que os significados pessoais e volúveis são resultado da apropriação do artefato nos momentos do consumo e do uso.
O designer age na instância da atribuição de significados aos artefatos, uma vez que seu trabalho está ligado às fases de concepção, produção e distribuição. Ao projetar, o designer pode atribuir significados aos artefatos que vão muito além da funcionalidade. Bonfim (1995), ao falar sobre o artefato como elemento capaz de portar informações sobre o desenvolvimento de uma sociedade, afirma que o mesmo “independente das funções imediatas a que serve, revela algo sobre o próprio objeto, sobre seus usuários e sobre o momento social, político e econômico em que se dá o relacionamento entre eles.” O artefato carrega, também, concepções e valores resultantes da leitura do designer sobre a cultura e a sociedade a que pertence.
A seguir estão elencados alguns tipos de mensagens transmitidas pelos artefatos, segundo Bonfim (1995, p. 88-89):
· sua própria constituição (material, cor, textura, processo de fabricação, tecnologia);
· funções práticas (para que é usado);
· modos de uso (que se estabelecem através do aprendizado e da memorização de estereótipos);
· valores estéticos (percebidos sensorialmente e interpretados segundo juízo de gosto ou da norma vigente);
· significados enquanto signos de uma gramática visual culturalmente estabelecida (uma figura arredondada parece menos agressiva do que outra com ângulos agudos);
· significados ideológicos (ideais políticos e religiosos).
Para explicar este último item, Bonfim (1995, p. 89) faz uma comparação entre dois tipos de bonecas: a Barbie e uma boneca de pano, destas vendidas em feiras de artesanato.
A Barbie é magra, loura e está acompanhada de diversos acessórios como jóias, vestidos, cosméticos, namorado, academia de ginástica, entre outros, que formam a representação de um estilo de vida ideal: “Barbie é um código de informações bem definido e fechado que desconhece o tempo e as fronteiras ou diferenças culturais. É um modo universal, que as crianças incorporam e tentam reproduzir”.
As bonecas de pano, mesmo que produzidas em série, guardam sempre diferenças entre si e não tem nome ou comportamento definido, sua identidade é construída pela imaginação da criança: “a boneca de pano é um conjunto vazio, que só ganha vida através da relação entre sujeito e objeto, que é única para cada indivíduo, de acordo com sua história, sua cultura, sua consciência e inconsciência”.
A atividade de planejar e conceber artefatos envolve a configuração de comportamentos e a atribuição de significados aos objetos de uso cotidiano, portanto o artefato não pode ser encarado como um objeto neutro e isolado de seu contexto de uso. Esta forma de entender o design de produtos modifica o quadro de referência com relação à responsabilidade do profissional frente à sociedade e à sua cultura material.
Moraes (1997, p. 106), referindo-se à sua preocupação com o desenvolvimento de produtos mais adequados ao contexto de uso, sugere que o ser humano deve ser adotado como principal fator de orientação projetual. Para o autor, projetos que utilizam como referência somente a questão estética e as possibilidades produtivas podem apresentar deficiências na interação entre produto e usuário: “certas calculadoras, por exemplo, são festejadamente comparadas a cartões de crédito, mas são frágeis e apresentam uma tipologia de uso inadequada. [...] Sua escala de referência projetual é o bolso da camisa ou a carteira de dinheiro, porém esqueceu-se de que se faz uso deste produto com os dedos das mãos”.
Outra orientação projetual defendida pelo autor é a mudança de enfoque do produto para o resultado, ou seja, o designer deve, em princípio, deixar de pensar no produto em si, voltando a atenção ao contexto e a situação de uso que envolvem o projeto. “Por exemplo, não se deve pensar em uma cadeira, mas no ato de assentar; não se faz necessário pensar no copo, mas no ato de beber. [...] Um projeto, uma vez direcionado por tais enfoques, tem a possibilidade de apresentar soluções mais inovadoras, diferenciadas e, às vezes, inusitadas” (Moraes, 1997, p. 115).
O direcionamento do projeto para a situação de uso do produto é encarado como uma alternativa para a atividade de projetar, potencializando o surgimento de propostas que transcendam os modelos vigentes e incentivando a pluralidade de soluções. Além disso, ao considerar o contexto que envolve o tema proposto, o designer tem a possibilidade de abordar em seu projeto a dimensão sócio-cultural, através do estudo dos aspectos comportamentais que envolvem as relações entre o ser humano e artefato.
Os artefatos produzidos pelo ser humano representam muito mais do que sua própria materialidade, pois sua existência está relacionada às situações vividas pelas pessoas. Através das relações sociais em que estão envolvidos, os artefatos adquirem significados que podem estar relacionados tanto aos aspectos funcionais do produto, quanto aos valores simbólicos a ele atribuídos. Ao projetar um produto, o designer se confronta com questões muito mais amplas do que o binômio criação e produção. Reduzir o discurso do design ao antagonismo entre arte e tecnologia acarreta a ignorância da riqueza de significados e valores que surgem do inter-relacionamento destes dois campos, e que são traduzidos nos produtos que compõem a cultura material da humanidade.
O conjunto de artefatos produzidos e utilizados por um determinado grupo social pode ser caracterizado como sua “cultura material” (Denis, 1998). O papel dos artefatos como elementos dessa cultura material vai além do cumprimento de requisitos funcionais e técnicos, pois envolve componentes simbólicos, psicológicos e afetivos que, por sua vez, não possuem significados fixos ou únicos:
O significado do artefato para o usuário não se reduz ao seu funcionamento e seria mais adequado falar de ‘funções’ do objeto do que de ‘função’, principalmente no que diz respeito à sua inserção em um sistema de produção, circulação e consumo de mercadorias. Se a única função do relógio é a de mostrar a hora, então como distinguir, em termos de funcionalidade, o despertador do relógio de rua, o analógico do digital, o Rolex do Swatch?
Evidentemente, entram em consideração uma série de outras ‘funções’, dentre as quais podemos destacar o contexto de uso, a comodidade, o conforto, o gosto, o prazer, a inserção social e a distinção (Denis, 1998, p. 31).
De acordo com Denis (1998, p. 33, grifos do autor), os artefatos possuem diversos níveis de significados, sendo alguns universais e inerentes: como exemplo ele cita as garrafas, que são feitas para guardar líquidos, e alguns pessoais e volúveis: como o uso de uma determinada garrafa para guardar uma bebida preferida. De qualquer modo, todos os significados que o artefato adquire resultam da intencionalidade humana.
O autor defende que existem duas maneiras básicas de inserir significados aos artefatos: “a atribuição e a apropriação os quais correspondem em linhas gerais aos processos paralelos de produção/distribuição e consumo/uso”. Os significados atribuídos durante a produção e a distribuição, geralmente correspondem à categoria dos universais e inerentes, enquanto que os significados pessoais e volúveis são resultado da apropriação do artefato nos momentos do consumo e do uso.
O designer age na instância da atribuição de significados aos artefatos, uma vez que seu trabalho está ligado às fases de concepção, produção e distribuição. Ao projetar, o designer pode atribuir significados aos artefatos que vão muito além da funcionalidade. Bonfim (1995), ao falar sobre o artefato como elemento capaz de portar informações sobre o desenvolvimento de uma sociedade, afirma que o mesmo “independente das funções imediatas a que serve, revela algo sobre o próprio objeto, sobre seus usuários e sobre o momento social, político e econômico em que se dá o relacionamento entre eles.” O artefato carrega, também, concepções e valores resultantes da leitura do designer sobre a cultura e a sociedade a que pertence.
A seguir estão elencados alguns tipos de mensagens transmitidas pelos artefatos, segundo Bonfim (1995, p. 88-89):
· sua própria constituição (material, cor, textura, processo de fabricação, tecnologia);
· funções práticas (para que é usado);
· modos de uso (que se estabelecem através do aprendizado e da memorização de estereótipos);
· valores estéticos (percebidos sensorialmente e interpretados segundo juízo de gosto ou da norma vigente);
· significados enquanto signos de uma gramática visual culturalmente estabelecida (uma figura arredondada parece menos agressiva do que outra com ângulos agudos);
· significados ideológicos (ideais políticos e religiosos).
Para explicar este último item, Bonfim (1995, p. 89) faz uma comparação entre dois tipos de bonecas: a Barbie e uma boneca de pano, destas vendidas em feiras de artesanato.
A Barbie é magra, loura e está acompanhada de diversos acessórios como jóias, vestidos, cosméticos, namorado, academia de ginástica, entre outros, que formam a representação de um estilo de vida ideal: “Barbie é um código de informações bem definido e fechado que desconhece o tempo e as fronteiras ou diferenças culturais. É um modo universal, que as crianças incorporam e tentam reproduzir”.
As bonecas de pano, mesmo que produzidas em série, guardam sempre diferenças entre si e não tem nome ou comportamento definido, sua identidade é construída pela imaginação da criança: “a boneca de pano é um conjunto vazio, que só ganha vida através da relação entre sujeito e objeto, que é única para cada indivíduo, de acordo com sua história, sua cultura, sua consciência e inconsciência”.
A atividade de planejar e conceber artefatos envolve a configuração de comportamentos e a atribuição de significados aos objetos de uso cotidiano, portanto o artefato não pode ser encarado como um objeto neutro e isolado de seu contexto de uso. Esta forma de entender o design de produtos modifica o quadro de referência com relação à responsabilidade do profissional frente à sociedade e à sua cultura material.
Moraes (1997, p. 106), referindo-se à sua preocupação com o desenvolvimento de produtos mais adequados ao contexto de uso, sugere que o ser humano deve ser adotado como principal fator de orientação projetual. Para o autor, projetos que utilizam como referência somente a questão estética e as possibilidades produtivas podem apresentar deficiências na interação entre produto e usuário: “certas calculadoras, por exemplo, são festejadamente comparadas a cartões de crédito, mas são frágeis e apresentam uma tipologia de uso inadequada. [...] Sua escala de referência projetual é o bolso da camisa ou a carteira de dinheiro, porém esqueceu-se de que se faz uso deste produto com os dedos das mãos”.
Outra orientação projetual defendida pelo autor é a mudança de enfoque do produto para o resultado, ou seja, o designer deve, em princípio, deixar de pensar no produto em si, voltando a atenção ao contexto e a situação de uso que envolvem o projeto. “Por exemplo, não se deve pensar em uma cadeira, mas no ato de assentar; não se faz necessário pensar no copo, mas no ato de beber. [...] Um projeto, uma vez direcionado por tais enfoques, tem a possibilidade de apresentar soluções mais inovadoras, diferenciadas e, às vezes, inusitadas” (Moraes, 1997, p. 115).
O direcionamento do projeto para a situação de uso do produto é encarado como uma alternativa para a atividade de projetar, potencializando o surgimento de propostas que transcendam os modelos vigentes e incentivando a pluralidade de soluções. Além disso, ao considerar o contexto que envolve o tema proposto, o designer tem a possibilidade de abordar em seu projeto a dimensão sócio-cultural, através do estudo dos aspectos comportamentais que envolvem as relações entre o ser humano e artefato.
Os artefatos produzidos pelo ser humano representam muito mais do que sua própria materialidade, pois sua existência está relacionada às situações vividas pelas pessoas. Através das relações sociais em que estão envolvidos, os artefatos adquirem significados que podem estar relacionados tanto aos aspectos funcionais do produto, quanto aos valores simbólicos a ele atribuídos. Ao projetar um produto, o designer se confronta com questões muito mais amplas do que o binômio criação e produção. Reduzir o discurso do design ao antagonismo entre arte e tecnologia acarreta a ignorância da riqueza de significados e valores que surgem do inter-relacionamento destes dois campos, e que são traduzidos nos produtos que compõem a cultura material da humanidade.
* Demanda, evolução e mercado
Antes dos anos 90, o design era dominado pelas agências de publicidade, e quando o cara criava a identidade visual dele numa dessas empresas já era visando campanha, ou seja, design era um meio e não um fim em si. A idéia da pura identidade empresarial ainda era difusa.
Naquela época também, design era algo trabalhado por profissionais de criação pura e os layouts eram executados por arte-finalistas em suas mesas de trabalho com nanquin, tira linhas, curvas francesas e um monte de outras traquitanas. Ou seja, só uma elite (e põe elite nisso) trabalhava diretamente com o design e o consumia: a elite dos profissionais de criação, em sua maioria com formação ou cursos de extensão no exterior, a elite dos arte-finalistas, pessoas que tinham que aliar seu talento com uma puta capacidade técnica de dominar toda aquela equipamentária e a elite de clientes que pagavam por publicidade.
Nos anos 90 viaram essas maquininhas que estamos usando nesse momento para escrever essas mensagens e trocar informação. Então, a necessidade técnica imensa que o antigo arte-finalista tinha que ter pra trabalhar, caiu. Hoje conheço muitos designers que, se você der um papel e uma caneta na mão deles, não sai absolutamente uma linha boa que seja e ainda assim são puta designers!
O que isso quer dizer? Pessoas que tinham talento para a coisa puderam exercer o ofício, pois não necessitavam mais da habilidade manual (ainda estou falando da arte-final, ok?) e das ferramentas que na época eram caras (é só vocês verem nas papelarias, pra montar um escritório de design a moda antiga gasta-se mais do que comprando um computador), tenham certeza de que muitos de nós não estaríamos nesse lance se não fosse essa "revolução" (não é uma revolução de verdade, por isso vai entre aspas).
Outra consequência é que o profissional de criação pura, fundiu-se com o técnico na hora da execução do trabalho e para os poucos profissionais de criação pura que ainda existem ficam os operadores (o profissional técnico de hoje, que necessita de bem menos formação do que antes, afinal, qualquer um opera Corel ou o que quer que seja, mas uma minoria manipula decentemente uma caneta de nanquin).
Resultado final? Febre.
A febre de design que começou nos anos 90 e está eclodindo até hoje. Eu fiquei espantado porque outro dia vi um desses cadernos de vestibular e vi que a proporção candidato/vaga para as cadeiras de design nas faculdade cresceu imensamente. Quando eu fiz para PV (Programação Visual) na UFRJ era barato de 9 ou 12 candidatos por vaga e hoje bate fácil 30 ou 40 candidatos por vaga. É quase tão popular quanto direito, medicina, publicidade e essas faculdades mais notórias. Como eu disse, muitos bons designers existem hoje graças a esse cenário; designers estes que iriam vender sapatos ou ter qualquer outra profissão em tempos passados, mas nem tudo são flores.
"A tal 'cultura em design' não vai vir de dentro para fora. Essa cultura vai vir de fora pra dentro: o mercado vai perceber o que é bom e o que não."
Esse inchaço de mercado, que trouxe gente boa e gente ruim (normal isso) veio acompanhando a demanda. Ter design passou a ser diferencial, as empresas passaram a procurar esse serviço justamente porque, com os computadores, ele ficou mais viável financeiramente pro pequeno e pro médio empreendimento. Nesse estado inicial da coisa, o importante é ter design, onde design significa que você, empresário, pagou alguém pra fazer uma marca pra ti e ponto final. O resultado é esse que assistimos, coisas boas que antes não seriam viáveis, coisas médias e coisas hediondas feitas muitas vezes por escritórios reconhecidos de design e por aí vai. O bom e o ruim aparecem indiferente da origem.
Vivo falando isso aqui: já vi muito designer "profissa", desses que cagam goma pra sua formação, conceituais e estudos pra no final fazer merda enquanto micreiros despretenciosos, chegam e tem boas sacadas vez ou outra.
Tirando fora o mérito sobre os trabalhos e analizando isso mais como mercado está tudo dentro do normal. Design é um estudo que não tem nem um século direito; estourou junto com a sociedade imagética que vivemos hoje em dia e nesse caos de informação rola de tudo. Mas os fatos são que hoje em dia é mais fácil fazer design do que antes e é mais barato consumir design do que antes, isso faz com que o mercado consuma mais design do que antes e tenha mais profissionais que antes.
Olhando pra fente e comparando o fenômeno com outros do mesmo tipo o que podemos especular é: uma hora o mercado vai saturar.
Todas as empresas já terão "design"; todo mundo terá uma identidade visual projetada por um designer, indiferente se custou R$ 1,99 ou mil dinheiros, mas terá. Aí vão surgir novos diferenciais que não apenas o design. Na minha opinião, a tendência é que o diferencial passe a ser o "bom design", onde "bom" se lê como funcional. Os empresários, que são os nossos consumidores, vão poder comparar, calcular o custo/benefício e chegar a conclusões do tipo "é: vale a pena pagar bem por uma identidade porque essa que eu fiz com o meu sobrinho não está dando tanto resultado quanto aquela que fulano fez com aquele bom rapaz que estudou design".
Antes disso, tentar convencer um empresário com papos conceituais não funciona simplesmente porque não é a linguagem dos caras.
Tem que rolar números para chegar e argumentar e esses números ainda vão acontecer. O que se tem hoje é pouco e se aplica muito mais a grandes projetos de brand marketing. Se eu chegar com isso pra um micro empresário, por exemplo, ele na hora vai falar algo como "eu não sou a Shell" e ele estará certo mas eu ainda não tenho como provar a funcionalidade do design em pequena e média escala, mas vou poder.
Não sei se ficou claro mas penso em algo assim, a tal "cultura em design" não vai vir de dentro para fora, com um grupo de designers messiânicos que vão peregrinar pelo mundo pregando como design é bom, engorda e faz crescer. Creio que essa cultura vai vir de fora pra dentro, ou seja, o mercado vai perceber o que é bom e o que não é e só vai ficar aqueles que realmente se preocupam com esse tal design, que o estudam, coisa e tal. Para o mercado perceber isso vai ter que ter a fase que passamos agora, ela está aí para gerar os parâmetros que vão reger o mercado daqui a um tempo.
Sei lá, algo assim...Dúvida e discordâncias por favor.
Romulo Marques
Naquela época também, design era algo trabalhado por profissionais de criação pura e os layouts eram executados por arte-finalistas em suas mesas de trabalho com nanquin, tira linhas, curvas francesas e um monte de outras traquitanas. Ou seja, só uma elite (e põe elite nisso) trabalhava diretamente com o design e o consumia: a elite dos profissionais de criação, em sua maioria com formação ou cursos de extensão no exterior, a elite dos arte-finalistas, pessoas que tinham que aliar seu talento com uma puta capacidade técnica de dominar toda aquela equipamentária e a elite de clientes que pagavam por publicidade.
Nos anos 90 viaram essas maquininhas que estamos usando nesse momento para escrever essas mensagens e trocar informação. Então, a necessidade técnica imensa que o antigo arte-finalista tinha que ter pra trabalhar, caiu. Hoje conheço muitos designers que, se você der um papel e uma caneta na mão deles, não sai absolutamente uma linha boa que seja e ainda assim são puta designers!
O que isso quer dizer? Pessoas que tinham talento para a coisa puderam exercer o ofício, pois não necessitavam mais da habilidade manual (ainda estou falando da arte-final, ok?) e das ferramentas que na época eram caras (é só vocês verem nas papelarias, pra montar um escritório de design a moda antiga gasta-se mais do que comprando um computador), tenham certeza de que muitos de nós não estaríamos nesse lance se não fosse essa "revolução" (não é uma revolução de verdade, por isso vai entre aspas).
Outra consequência é que o profissional de criação pura, fundiu-se com o técnico na hora da execução do trabalho e para os poucos profissionais de criação pura que ainda existem ficam os operadores (o profissional técnico de hoje, que necessita de bem menos formação do que antes, afinal, qualquer um opera Corel ou o que quer que seja, mas uma minoria manipula decentemente uma caneta de nanquin).
Resultado final? Febre.
A febre de design que começou nos anos 90 e está eclodindo até hoje. Eu fiquei espantado porque outro dia vi um desses cadernos de vestibular e vi que a proporção candidato/vaga para as cadeiras de design nas faculdade cresceu imensamente. Quando eu fiz para PV (Programação Visual) na UFRJ era barato de 9 ou 12 candidatos por vaga e hoje bate fácil 30 ou 40 candidatos por vaga. É quase tão popular quanto direito, medicina, publicidade e essas faculdades mais notórias. Como eu disse, muitos bons designers existem hoje graças a esse cenário; designers estes que iriam vender sapatos ou ter qualquer outra profissão em tempos passados, mas nem tudo são flores.
"A tal 'cultura em design' não vai vir de dentro para fora. Essa cultura vai vir de fora pra dentro: o mercado vai perceber o que é bom e o que não."
Esse inchaço de mercado, que trouxe gente boa e gente ruim (normal isso) veio acompanhando a demanda. Ter design passou a ser diferencial, as empresas passaram a procurar esse serviço justamente porque, com os computadores, ele ficou mais viável financeiramente pro pequeno e pro médio empreendimento. Nesse estado inicial da coisa, o importante é ter design, onde design significa que você, empresário, pagou alguém pra fazer uma marca pra ti e ponto final. O resultado é esse que assistimos, coisas boas que antes não seriam viáveis, coisas médias e coisas hediondas feitas muitas vezes por escritórios reconhecidos de design e por aí vai. O bom e o ruim aparecem indiferente da origem.
Vivo falando isso aqui: já vi muito designer "profissa", desses que cagam goma pra sua formação, conceituais e estudos pra no final fazer merda enquanto micreiros despretenciosos, chegam e tem boas sacadas vez ou outra.
Tirando fora o mérito sobre os trabalhos e analizando isso mais como mercado está tudo dentro do normal. Design é um estudo que não tem nem um século direito; estourou junto com a sociedade imagética que vivemos hoje em dia e nesse caos de informação rola de tudo. Mas os fatos são que hoje em dia é mais fácil fazer design do que antes e é mais barato consumir design do que antes, isso faz com que o mercado consuma mais design do que antes e tenha mais profissionais que antes.
Olhando pra fente e comparando o fenômeno com outros do mesmo tipo o que podemos especular é: uma hora o mercado vai saturar.
Todas as empresas já terão "design"; todo mundo terá uma identidade visual projetada por um designer, indiferente se custou R$ 1,99 ou mil dinheiros, mas terá. Aí vão surgir novos diferenciais que não apenas o design. Na minha opinião, a tendência é que o diferencial passe a ser o "bom design", onde "bom" se lê como funcional. Os empresários, que são os nossos consumidores, vão poder comparar, calcular o custo/benefício e chegar a conclusões do tipo "é: vale a pena pagar bem por uma identidade porque essa que eu fiz com o meu sobrinho não está dando tanto resultado quanto aquela que fulano fez com aquele bom rapaz que estudou design".
Antes disso, tentar convencer um empresário com papos conceituais não funciona simplesmente porque não é a linguagem dos caras.
Tem que rolar números para chegar e argumentar e esses números ainda vão acontecer. O que se tem hoje é pouco e se aplica muito mais a grandes projetos de brand marketing. Se eu chegar com isso pra um micro empresário, por exemplo, ele na hora vai falar algo como "eu não sou a Shell" e ele estará certo mas eu ainda não tenho como provar a funcionalidade do design em pequena e média escala, mas vou poder.
Não sei se ficou claro mas penso em algo assim, a tal "cultura em design" não vai vir de dentro para fora, com um grupo de designers messiânicos que vão peregrinar pelo mundo pregando como design é bom, engorda e faz crescer. Creio que essa cultura vai vir de fora pra dentro, ou seja, o mercado vai perceber o que é bom e o que não é e só vai ficar aqueles que realmente se preocupam com esse tal design, que o estudam, coisa e tal. Para o mercado perceber isso vai ter que ter a fase que passamos agora, ela está aí para gerar os parâmetros que vão reger o mercado daqui a um tempo.
Sei lá, algo assim...Dúvida e discordâncias por favor.
Romulo Marques
* A importância do design para as empresas e indústrias...o valor do design.
"Na Sony, supomos que todos os produtos de nossos concorrentes terão basicamente a mesma tecnologia, o mesmo preço, o mesmo desempenho e as mesmas características.
O design é a única coisa que diferencia um produto do outro no mercado."Norio Ohga, presidente e CEO, Sony
"A diferença tecnológica entre produtos similares, de diferentes fabricantes tende cada vez mais a desaparecer. Um sistema de refrigeração não é muito melhor que o outro. Relógios de um fabricante funcionam de maneira tão precisa quanto a de seu concorrente. Assim, o consumidor passa a se nortear pela marca, pelo preço e pelo design."Gazeta Mercantil, 18/02/1999
O designer é o profissional capacitado a aumentar a competitividade das empresas, criando nichos próprios e definindo, através de soluções que visem à funcionalidade, qualidade, segurança, conforto e imagem diferenciada de produtos e serviços."Marcello Alencar, então governador do Estado do Rio de Janeiro, sobre o Programa Brasileiro de Design
Até o final dos anos 80, era bastante improvável encontrar produtos brasileiros nos principais centros comerciais da Europa e Estados Unidos. Tampouco se imaginaria que, 20 anos depois, italianos e americanos comprariam a peso de ouro móveis assinados pelos irmãos Campana, ou que os adeptos dos automóveis compactos se curvariam aos encantos do Fox, um carro totalmente desenvolvido nos pátios da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. E que essa agradável surpresa se repetiria, ainda, em outras áreas.
A falta de concorrência dos produtos brasileiros com similares estrangeiros, durante muitas décadas, levou a indústria nacional a permanecer numa situação confortável, até que a política econômica abrisse o nosso mercado aos produtos importados. A saída encontrada pelas empresas brasileiras para enfrentar os produtos importados nos anos 90 e tentar ampliar as divisas do país por meio da exportação foi investir em design.
O objetivo era desenvolver produtos funcionais, de qualidade, em condições de competir com os concorrentes estrangeiros.
O objetivo era desenvolver produtos funcionais, de qualidade, em condições de competir com os concorrentes estrangeiros.
Um exercício difícil, já que a cultura da cópia era o meio mais barato para se montar uma linha de produtos.
Com isso, o design passou a receber atenção especial dos empresários brasileiros, pois não conseguiam mais concorrer com igualdade de condições com os produtos estrangeiros disponibilizados no mercado. Era notória a diferença de satisfação que os consumidores experimentavam quanto à estética, a qualidade, os baixos preços e a durabilidade.
Começava a se desenhar, no Brasil, um cenário que a cada dia é confirmado e apontado como tendência: o design, profissão, que surgiu no fim do século XIX, com o processo de industrialização da Europa e dos Estados Unidos, é hoje um dos maiores diferenciais de competitividade industrial.
Cada vez mais competitivo, o mercado está gerando um número excessivo de produtos semelhantes, com a mesma tecnologia, o mesmo preço, o mesmo desempenho e as mesmas características. Essa avalanche de opções acaba confundindo o consumidor que tem dificuldade em perceber essas diferenças, e em atribuir a elas o seu devido valor.
Desse modo, de maneira crescente, muitas indústrias e firmas utilizam o design como forma de se diferenciar das demais.
Atualmente, o design se destaca como um dos principais fatores para o sucesso de uma empresa, desde o desenvolvimento de produtos e serviços até sua comercialização, por meio da otimização de custos, embalagens, material promocional, padrões estéticos, identidade visual, adequação de materiais, fabricação e ergonomia. Além disso, também é um fator essencial de estratégia de planejamento, produção e marketing.
O design de embalagem e as estratégias de branding passaram a ser alguns dos grandes diferenciais de um produto ao criarem o impacto visual necessário para a sua identificação no ponto-de-venda. O design de embalagem não apenas atrai o consumidor; ele também estabelece um contato emocional com este.
O design tem também uma enorme importância na gestão. Valorizar o design é garantir competitividade ao produto e desenvolvimento à empresa, desde que realizado por profissionais experientes, que saibam adequar recursos da empresa, necessidades do mercado e metas a serem alcançadas.
A fabricação de objetos de design requer investimentos e ainda são poucas as empresas que pensam em uma Gestão do Design. Assim, o grande desafio do profissional é conscientizar o empresário de que um objeto sem design é um produto de risco. O design agrega valor ao produto em termos de estética, ergonomia, conforto e funcionalidade, além de ser um elemento muito importante na racionalização da produção. O designer, no contexto do mercado globalizado, deve estar apto a atuar com visão estratégica, contribuindo para aumentar a competitividade do produto brasileiro.
A indústria brasileira, por exemplo, busca ampliar seu mercado interno e conquistar o externo. Para que ela possa se colocar em condições de disputar o mercado de consumo com indústrias estrangeiras, faz-se imprescindível que focalize sua atenção na racionalização da produção e conseqüente redução do custo de seus produtos.
Cabe ao designer mostrar a importância e as possibilidades de se fazer do design uma ferramenta de gestão empresarial e como inovação, atuando em todas as etapas do processo e não só no final.
Além disso, é pouco provável que o designer, ao seguir toda a metodologia de desenvolvimento de produtos que, entre outras questões, considera: a problematização, o estudo da tarefa, os requisitos e restrições projetuais, entre outras questões e sistemas, os materiais, os processos, a semiótica e o mercado, desenvolva um produto menos competitivo do que aquele empresário que considere, apenas, alguns fatores.
Estudos realizados pela CNI - Confederação Nacional das Indústrias indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas também conseguiram reduzir os seus custos.
Desenvolver um produto sem a participação de um designer pode, muitas vezes, envolver menos custos, mas é um enorme risco. Quando o produto é lançado no mercado é que se evidencia o grande diferencial: os consumidores percebem que o produto não satisfaz e a sua reação é não comprar. Com isso, os volumes de venda não atingem patamares satisfatórios, gerando prejuízos.
É importante que o empresariado tenha consciência de que as suas decisões de gastar pouco com o desenvolvimento de produtos, pode levá-lo a gerar grandes prejuízos mais adiante.
O custo de se contratar o trabalho de um bom profissional de design é facilmente absorvido diante dos bons resultados que a empresa experimenta ao longo da vida útil do produto.
Segundo o Cláudio Magalhães, para ser usado de modo estratégico, o design deve estar integrado e participar das definições estratégicas, a partir de nível decisório mais alto e integrado com todas as áreas relevantes. O design estratégico se materializa quando o importante é desenvolver o produto certo - eficácia do processo de design e não somente desenvolver corretamente o produto - eficiência no processo de design.
No design estratégico, a forma segue primeiramente a função de comunicar. É importante que os consumidores entendam que aquele produto fornecerá os benefícios desejados, sejam eles oferecidos por funções práticas, estéticas ou por funções simbólicas. Sendo assim, para um design estratégico, a forma segue a mensagem.
A linha de bons produtos de uma empresa garante sua sobrevivência. Mas, o que podemos conceituar como sendo um bom produto? Sob o ponto de vista comercial, o bom produto é aquele que se vende em quantidades suficientes para cobrir os custos fixos e variáveis e ainda gerar lucro que garanta a manutenção e o desenvolvimento da empresa.
Gerenciar a área de desenvolvimento de produtos é uma tarefa desafiadora que envolve inúmeros aspectos: design; mercado; produção; custos; concorrência; novas tecnologias; novos materiais e processos de fabricação; ergonomia, engenharia de produção e muitos outros. Esse é um aspecto que, há algum tempo, estão incorporados às grandes corporações e as marcas de alta visibilidade, que investem em design e obtêm resultados expressivos na conquista da preferência do consumidor.
Mais recentemente, as pequenas e médias empresas também perceberam que podem e devem investir em design para serem competitivas. A média ainda é baixa, entre 1% e 5% da receita líquida, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas já revela resultados. Mais do que isso, viram que design não é um serviço de luxo, ao contrário, trata-se de um serviço altamente especializado, com uma ótima relação custo x benefício e que pode ser facilmente incorporado ao seu cotidiano.
Esses mesmo estudos realizados pela CNI indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas também conseguiram reduzir os seus custos. O mais importante é que não houve registro de nenhuma empresa que tenha investido em design e que tenha sentido queda nas vendas.
Seja para uma empresa de grande, médio ou pequeno portes, no ponto-de-venda todos têm acesso ao consumidor e aquela que investe em design tem mais condições de se destacar e se tornar uma marca vencedora. Um design bem-feito aumenta a utilidade e o valor de um produto, reduz custos com matéria-prima e produção, além de ampliar a interação com o usuário e realçar a estética.
Recentemente, o Sebrae selecionou o design como uma das áreas prioritárias para sua atuação no universo das micro e pequenas empresas, elaborando um programa que visa elevar a competitividade das micro e pequenas empresas no mercado nacional, contribuindo também para promover sua participação nas exportações por meio da utilização do design como elemento de agregação de valor em produtos e serviços.
Vencendo a batalha da inovação e da diferenciação, o design cria uma personalidade capaz de conquistar a fidelidade do consumidor.
É preciso, apenas, que o empresário brasileiro, em sua grande maioria, visualize que está diante de tempos novos.
Tempos de abertura, onde o consumidor se mostra mais exigente, reivindicando bens e serviços que atendam a seus anseios. O design se encaixa muito bem nessa questão, atuando como fator de competitividade. Design é o segredo. E os empresários que não estiverem sensíveis para estas questões devem ficar atentos em momento futuro, porque se eles não se modernizarem, se não procurarem processos mais adequados, ficarão no passado, não conseguirão competir com seus concorrentes.
O design é a única coisa que diferencia um produto do outro no mercado."Norio Ohga, presidente e CEO, Sony
"A diferença tecnológica entre produtos similares, de diferentes fabricantes tende cada vez mais a desaparecer. Um sistema de refrigeração não é muito melhor que o outro. Relógios de um fabricante funcionam de maneira tão precisa quanto a de seu concorrente. Assim, o consumidor passa a se nortear pela marca, pelo preço e pelo design."Gazeta Mercantil, 18/02/1999
O designer é o profissional capacitado a aumentar a competitividade das empresas, criando nichos próprios e definindo, através de soluções que visem à funcionalidade, qualidade, segurança, conforto e imagem diferenciada de produtos e serviços."Marcello Alencar, então governador do Estado do Rio de Janeiro, sobre o Programa Brasileiro de Design
Até o final dos anos 80, era bastante improvável encontrar produtos brasileiros nos principais centros comerciais da Europa e Estados Unidos. Tampouco se imaginaria que, 20 anos depois, italianos e americanos comprariam a peso de ouro móveis assinados pelos irmãos Campana, ou que os adeptos dos automóveis compactos se curvariam aos encantos do Fox, um carro totalmente desenvolvido nos pátios da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. E que essa agradável surpresa se repetiria, ainda, em outras áreas.
A falta de concorrência dos produtos brasileiros com similares estrangeiros, durante muitas décadas, levou a indústria nacional a permanecer numa situação confortável, até que a política econômica abrisse o nosso mercado aos produtos importados. A saída encontrada pelas empresas brasileiras para enfrentar os produtos importados nos anos 90 e tentar ampliar as divisas do país por meio da exportação foi investir em design.
O objetivo era desenvolver produtos funcionais, de qualidade, em condições de competir com os concorrentes estrangeiros.
O objetivo era desenvolver produtos funcionais, de qualidade, em condições de competir com os concorrentes estrangeiros.
Um exercício difícil, já que a cultura da cópia era o meio mais barato para se montar uma linha de produtos.
Com isso, o design passou a receber atenção especial dos empresários brasileiros, pois não conseguiam mais concorrer com igualdade de condições com os produtos estrangeiros disponibilizados no mercado. Era notória a diferença de satisfação que os consumidores experimentavam quanto à estética, a qualidade, os baixos preços e a durabilidade.
Começava a se desenhar, no Brasil, um cenário que a cada dia é confirmado e apontado como tendência: o design, profissão, que surgiu no fim do século XIX, com o processo de industrialização da Europa e dos Estados Unidos, é hoje um dos maiores diferenciais de competitividade industrial.
Cada vez mais competitivo, o mercado está gerando um número excessivo de produtos semelhantes, com a mesma tecnologia, o mesmo preço, o mesmo desempenho e as mesmas características. Essa avalanche de opções acaba confundindo o consumidor que tem dificuldade em perceber essas diferenças, e em atribuir a elas o seu devido valor.
Desse modo, de maneira crescente, muitas indústrias e firmas utilizam o design como forma de se diferenciar das demais.
Atualmente, o design se destaca como um dos principais fatores para o sucesso de uma empresa, desde o desenvolvimento de produtos e serviços até sua comercialização, por meio da otimização de custos, embalagens, material promocional, padrões estéticos, identidade visual, adequação de materiais, fabricação e ergonomia. Além disso, também é um fator essencial de estratégia de planejamento, produção e marketing.
O design de embalagem e as estratégias de branding passaram a ser alguns dos grandes diferenciais de um produto ao criarem o impacto visual necessário para a sua identificação no ponto-de-venda. O design de embalagem não apenas atrai o consumidor; ele também estabelece um contato emocional com este.
O design tem também uma enorme importância na gestão. Valorizar o design é garantir competitividade ao produto e desenvolvimento à empresa, desde que realizado por profissionais experientes, que saibam adequar recursos da empresa, necessidades do mercado e metas a serem alcançadas.
A fabricação de objetos de design requer investimentos e ainda são poucas as empresas que pensam em uma Gestão do Design. Assim, o grande desafio do profissional é conscientizar o empresário de que um objeto sem design é um produto de risco. O design agrega valor ao produto em termos de estética, ergonomia, conforto e funcionalidade, além de ser um elemento muito importante na racionalização da produção. O designer, no contexto do mercado globalizado, deve estar apto a atuar com visão estratégica, contribuindo para aumentar a competitividade do produto brasileiro.
A indústria brasileira, por exemplo, busca ampliar seu mercado interno e conquistar o externo. Para que ela possa se colocar em condições de disputar o mercado de consumo com indústrias estrangeiras, faz-se imprescindível que focalize sua atenção na racionalização da produção e conseqüente redução do custo de seus produtos.
Cabe ao designer mostrar a importância e as possibilidades de se fazer do design uma ferramenta de gestão empresarial e como inovação, atuando em todas as etapas do processo e não só no final.
Além disso, é pouco provável que o designer, ao seguir toda a metodologia de desenvolvimento de produtos que, entre outras questões, considera: a problematização, o estudo da tarefa, os requisitos e restrições projetuais, entre outras questões e sistemas, os materiais, os processos, a semiótica e o mercado, desenvolva um produto menos competitivo do que aquele empresário que considere, apenas, alguns fatores.
Estudos realizados pela CNI - Confederação Nacional das Indústrias indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas também conseguiram reduzir os seus custos.
Desenvolver um produto sem a participação de um designer pode, muitas vezes, envolver menos custos, mas é um enorme risco. Quando o produto é lançado no mercado é que se evidencia o grande diferencial: os consumidores percebem que o produto não satisfaz e a sua reação é não comprar. Com isso, os volumes de venda não atingem patamares satisfatórios, gerando prejuízos.
É importante que o empresariado tenha consciência de que as suas decisões de gastar pouco com o desenvolvimento de produtos, pode levá-lo a gerar grandes prejuízos mais adiante.
O custo de se contratar o trabalho de um bom profissional de design é facilmente absorvido diante dos bons resultados que a empresa experimenta ao longo da vida útil do produto.
Segundo o Cláudio Magalhães, para ser usado de modo estratégico, o design deve estar integrado e participar das definições estratégicas, a partir de nível decisório mais alto e integrado com todas as áreas relevantes. O design estratégico se materializa quando o importante é desenvolver o produto certo - eficácia do processo de design e não somente desenvolver corretamente o produto - eficiência no processo de design.
No design estratégico, a forma segue primeiramente a função de comunicar. É importante que os consumidores entendam que aquele produto fornecerá os benefícios desejados, sejam eles oferecidos por funções práticas, estéticas ou por funções simbólicas. Sendo assim, para um design estratégico, a forma segue a mensagem.
A linha de bons produtos de uma empresa garante sua sobrevivência. Mas, o que podemos conceituar como sendo um bom produto? Sob o ponto de vista comercial, o bom produto é aquele que se vende em quantidades suficientes para cobrir os custos fixos e variáveis e ainda gerar lucro que garanta a manutenção e o desenvolvimento da empresa.
Gerenciar a área de desenvolvimento de produtos é uma tarefa desafiadora que envolve inúmeros aspectos: design; mercado; produção; custos; concorrência; novas tecnologias; novos materiais e processos de fabricação; ergonomia, engenharia de produção e muitos outros. Esse é um aspecto que, há algum tempo, estão incorporados às grandes corporações e as marcas de alta visibilidade, que investem em design e obtêm resultados expressivos na conquista da preferência do consumidor.
Mais recentemente, as pequenas e médias empresas também perceberam que podem e devem investir em design para serem competitivas. A média ainda é baixa, entre 1% e 5% da receita líquida, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas já revela resultados. Mais do que isso, viram que design não é um serviço de luxo, ao contrário, trata-se de um serviço altamente especializado, com uma ótima relação custo x benefício e que pode ser facilmente incorporado ao seu cotidiano.
Esses mesmo estudos realizados pela CNI indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas também conseguiram reduzir os seus custos. O mais importante é que não houve registro de nenhuma empresa que tenha investido em design e que tenha sentido queda nas vendas.
Seja para uma empresa de grande, médio ou pequeno portes, no ponto-de-venda todos têm acesso ao consumidor e aquela que investe em design tem mais condições de se destacar e se tornar uma marca vencedora. Um design bem-feito aumenta a utilidade e o valor de um produto, reduz custos com matéria-prima e produção, além de ampliar a interação com o usuário e realçar a estética.
Recentemente, o Sebrae selecionou o design como uma das áreas prioritárias para sua atuação no universo das micro e pequenas empresas, elaborando um programa que visa elevar a competitividade das micro e pequenas empresas no mercado nacional, contribuindo também para promover sua participação nas exportações por meio da utilização do design como elemento de agregação de valor em produtos e serviços.
Vencendo a batalha da inovação e da diferenciação, o design cria uma personalidade capaz de conquistar a fidelidade do consumidor.
É preciso, apenas, que o empresário brasileiro, em sua grande maioria, visualize que está diante de tempos novos.
Tempos de abertura, onde o consumidor se mostra mais exigente, reivindicando bens e serviços que atendam a seus anseios. O design se encaixa muito bem nessa questão, atuando como fator de competitividade. Design é o segredo. E os empresários que não estiverem sensíveis para estas questões devem ficar atentos em momento futuro, porque se eles não se modernizarem, se não procurarem processos mais adequados, ficarão no passado, não conseguirão competir com seus concorrentes.
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